Política

Cármen Lúcia exalta urna eletrônica e afirma que há "prova cabal" de organização criminosa

Ministra é a quarta a proferir seu voto sobre "núcleo crucial" da suposta trama golpista

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Foto: Antonio Augusto/STF
Foto: Antonio Augusto/STF

Em sessão de julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (11), após rejeitar todas as preliminares, a ministra Cármen Lúcia segue para o mérito da denúncia, afirmando que deixará para, em caso de condenação, avaliar a participação de cada um dos réus nos crimes.

“Antecipo que há prova cabal”, diz sobre formação de organização criminosa.

A ministra segue narrando a propagação de falsas acusações sobre o processo eleitoral brasileiro, afirmando que somente um encadeamento organizado teria o poder de implantar essas desconfianças. “A urna hoje é algo do povo brasileiro.”

“Tudo que se inventa a respeito de algo é para plantar uma desconfiança”, afirma Cármen Lúcia sobre a campanha de difamação contra urnas eletrônicas.

Segundo a ministra, para que fosse efetiva, a campanha exigia “uma série de atos”, pois, de modo isolado, não ganharia relevância. “Quando se tem o encadeamento é que se vê”, diz a ministra.

“A questão eleitoral é posta no centro de tentativa de erosão democrática.”

“No caso de organização que buscava o poder, que queria atingir a alma da República, impedindo a validade do processo eleitoral, isso fica muito mais grave e espalhado na sociedade”, diz.

A ministra relembra que o sistema eletrônico de votação é aprimorado de modo constante. Segundo a ministra, a “legitimação permanente” das urnas ajuda no “conhecimento do cidadão” que utiliza o sistema eletrônico de votação.

Réus da ação penal sobre o golpe

  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;

Crimes

Eles respondem a processo penal pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Ramagem é o único a responder apenas pelos três primeiros crimes. Em função de sua diplomação como deputado federal, eleito em 2022, o STF suspendeu a ação penal contra ele de forma parcial. A medida vale apenas para crimes ocorridos após sua diplomação e vigora até o fim do mandato do parlamentar.