Política

Caso Petrobras faz denúncias sobre corrupção bater recorde na Suíça

Caso Petrobras faz denúncias sobre corrupção bater recorde na Suíça Caso Petrobras faz denúncias sobre corrupção bater recorde na Suíça Caso Petrobras faz denúncias sobre corrupção bater recorde na Suíça Caso Petrobras faz denúncias sobre corrupção bater recorde na Suíça

Genebra – O caso Petrobras faz o volume de denúncias de lavagem de dinheiro e corrupção na Suíça bater um recorde. Dados divulgados pelas autoridades suíças revelam que, em 2014, um total de US$ 3,3 bilhões foram alvos de denúncias. O volume inédito é 24% superior aos de 2013 e coincide com 300 contas bloqueadas com mais de US$ 400 milhões suspeitos no caso da propina paga a ex-diretores da estatal brasileira.

Os dados fazem parte do Escritório de Registro de Lavagem de Dinheiro, um órgão de combate aos crimes financeiros estabelecidos na Suíça. O levantamento confirma : os sul-americanos são os maiores alvos das denúncias, com mais de 200 casos em 2014. Apenas os residentes suíços estão citados em mais suspeitas que os sul-americanos. Eles representam 12% dos casos e superaram os italianos, até então os maiores suspeitos entre os estrangeiros.

Há dez anos, eram apenas 45 casos por ano envolvendo sul-americanas. No total, são mais de 1 mil casos de brasileiros, argentinos, venezuelanos e outros da região.

Em 2014, as autoridades suíças receberam 1,7 mil casos de suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo contas em seus bancos. Isso representa cerca de sete por dia em que a administração esteve funcionando. O volume bateu o recorde de 2011, quando 1,6 mil denúncias foram tratadas e no auge da Primavera Árabe quando dezenas de líderes, políticos e funcionários públicos da Tunísia, Líbia e Egito passaram a ser alvo de críticas.

Em 2014, o que fez o número dar um novo salto foi a Petrobrás e as suspeitas de pagamento de propinas mais que dobraram em um ano.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o chefe do escritório suíço de combate à lavagem de dinheiro, Arnaud Beuret, reconheceu que o caso da estatal brasileira havia partido do trabalho de seu organismo. ” Nossa estatística inclui esse caso “, apontou Beuret, sem entrar em detalhes sobre o que encontrou. ” Repassamos os detalhes ao Ministério Público que então optou por abrir um inquérito “, disse.

No informe anual da entidade, os suíços apontam que, em apenas um caso, 50 suspeitos e contas foram identificadas. ” Houve um certo número de casos relativos à Petrobrás “, disse.

No total, a Suíça congelou US$ 400 milhões (R$ 1,3 bilhão) e identificou mais de 300 contas relacionadas com o escândalo de corrupção da Petrobrás, numa das maiores iniciativas já tomadas na história do país contra dinheiro suspeito. Berna já devolveu US$ 120 milhões (R$ 390 milhões) ao Brasil e alerta que um total de mais de 30 bancos suíços foram usados por ex-executivos da Petrobrás e fornecedores para pagar e receber as propinas.

Cerca de mil transações bancárias estão ligadas a esses desvios, o que obrigou o MP suíço a abrir nove investigações penais por lavagem de dinheiro em relação à estatal brasileira. A meta é a descobrir a origem dos recursos bloqueados e as empresas que pagaram a propina. Entre as suspeitas está a Odebrecht.

Os suíços, sob forte pressão da comunidade internacional, aponta que 85% das denúncias foram realizadas pelos próprios bancos contra seus clientes. ” Esse também foi o caso da Petrobrás “, disse Beuret.

Em 2014, 10% dos casos suspeitos entregues à Justiça acabaram em condenação. Outros 40% dos casos estão sendo tramitados. Mas 50% deles foram arquivados por falta de provas.