Política

'Casos como esse deixam claro que criminosos não vão parar', diz procuradora

Na manhã desta quinta-feira foram expedidos três mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão em nova fase da Lava Jato

‘Casos como esse deixam claro que criminosos não vão parar’, diz procuradora ‘Casos como esse deixam claro que criminosos não vão parar’, diz procuradora ‘Casos como esse deixam claro que criminosos não vão parar’, diz procuradora ‘Casos como esse deixam claro que criminosos não vão parar’, diz procuradora
'Casos como esse deixam claro que criminosos não vão parar', diz procuradora

A procuradora da República Jerusa Burmann Viecili defendeu a continuidade das investigações da Operação Lava Jato nesta quinta-feira, 27. O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine foi preso pela Polícia Federal na Operação Cobra, fase 42 da Lava Jato, deflagrada pela manhã.

“Há quem fale que as investigações contra a corrupção têm que acabar, mas casos como esse deixam claro que os criminosos não vão parar. Pregar o fim da Lava Jato é defender a liberdade para os ladrões do dinheiro público prosseguirem. Se queremos um Brasil com menos corrupção, é preciso ir até onde eles foram e estão dispostos a ir”, diz a procuradora da República Jerusa Burmann Viecili.

A pedido da força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná, a Justiça expediu e a Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, três mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão em nova fase da Lava Jato. Os focos principais desta operação foram Aldemir Bendine e operadores financeiros suspeitos de operacionalizarem o recebimento de R$ 3 milhões de reais em propinas pagas pela Odebrecht em favor do ex-presidente da Petrobras.

O principal alvo desta nova fase esteve à frente do Banco do Brasil entre 17 de abril de 2009 e 6 de fevereiro de 2015, e foi presidente da Petrobras entre 6 de fevereiro de 2015 e 30 de maio de 2016.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, neste ano de 2017, ‘um dos operadores financeiros que atuavam junto a Bendine confirmou que recebeu a quantia de R$ 3 milhões da Odebrecht, mas tentou atribuir o pagamento a uma suposta consultoria que teria prestado à empreiteira para facilitar o financiamento junto ao Banco do Brasil’.

O Ministério Público Federal afirma que a empresa utilizada pelo operador financeiro era de fachada.

Para o procurador da República Athayde Ribeiro Costa , ‘é incrível topar com evidências de que, após a Lava Jato já estar em estágio avançado, os criminosos tiveram a audácia de prosseguir despojando a Petrobras e a sociedade brasileira’.

“Os crimes recentes são a prova viva de que a prisão é necessária para frear o ímpeto criminoso de um esquema que vem desviando bilhões há mais de década”, diz.

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, diz que ‘preocupa a todos nós o arrefecimento do investimento na Lava Jato pela direção da Polícia Federal’.

“Das últimas sete operações da Lava Jato, seis foram pedidas pelo Ministério Público. É preciso preservar o trabalho da Polícia Federal nas investigações. O Ministro da Justiça e o Delegado-Geral têm poder e a consequente responsabilidade sobre o tamanho do efetivo, que foi reduzido para menos de metade”, observou.

Defesa

O advogado Pierpaolo Bottini, que defende Aldemir Bendine, afirmou que desde o início das investigações “Bendine se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a licitude de suas atividades”. “A cautelar é desnecessária por se tratar de alguém que manifestou sua disposição de depor e colaborar com a justiça”, disse Bottini