Política

Chapas majoritárias seguem indefinidas para disputa eleitoral na Bahia

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Cinco dos seis pré-candidatos ao governo da Bahia ainda não definiram a composição das chapas em que disputarão as eleições de outubro até esta segunda-feira, 16, a quatro dias do início do período legal para a realização das convenções partidárias que oficializarão os nomes da disputa eleitoral, que vai até 5 de agosto.

A indefinição do cenário nacional, apontam analistas e líderes partidários ouvidos pela reportagem, é o principal fator para o atraso na formação das alianças. A desistência do prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, de concorrer ao Palácio de Ondina, também bagunçou o tabuleiro político local – o que, segundo o cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Joviniano Neto, gerou o reposicionamento das forças partidárias.

Até agora, apenas o governador Rui Costa (PT), pré-candidato à reeleição, anunciou todos os titulares da sua aliança, mas sem confirmação dos suplentes. Além do petista, o vice-governador João Leão (PP) tentará a reeleição a vice, enquanto o presidente da Assembleia Legislativa, Ângelo Coronel (PSD), e o ex-governador Jaques Wagner (PT) disputarão as duas vagas para o Senado.

O pré-candidato do PSOL ao Palácio de Ondina, o geólogo Marcos Mendes, também divulgou um dos postulantes ao Senado por seu partido, o sociólogo Fábio Nogueira, e a pré-candidata a vice-governadora em sua chapa, a líder sem-teto Dona Mira, ambos da mesma legenda. No entanto, o PSOL ainda não confirmou quem ocupará a outra vaga de pré-candidato a senador na composição.

Considerado o principal pré-candidato de oposição na disputa pelo comando do Executivo baiano, o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (DEM) até agora só tem confirmada na aliança a postulação ao Senado do atual deputado federal Jutahy Magalhães Jr. (PSDB). O ex-ministro da Integração Nacional João Santana, pré-candidato do MDB ao governo do Estado, só confirmou na sua chapa a pré-candidatura do ex-deputado federal Jorge Vianna, ao cargo de senador.

Nos casos da ex-vice-prefeita de Salvador e pré-candidata da Rede, Célia Sacramento, e do ex-prefeito da capital baiana e pré-candidato do PRTB, João Henrique Carneiro, nenhum outro membro da composição, além deles mesmos, foi divulgado. Para o cientista político Joviniano Neto, a pulverização das pré-candidaturas nacionais e o uso das eleições regionais como moeda de troca na corrida presidencial influenciam na indefinição local.

“É uma situação esdrúxula não haver definições nacionais a dois meses e meio da eleição. E o candidato mais forte ainda está na cadeia. Tudo isso cria uma situação de crise de legitimidade e insegurança jurídica. A eleição nacional também tem uma influência grande na realidade política local, à medida que o DEM pode não apoiar o candidato do PSDB à Presidência da República, mas, aqui na Bahia, o PSDB apoia o candidato do DEM”, analisou.

Negociações

Reforçando a influência nacional na disputa baiana, o prefeito de Salvador, ACM Neto, deixou claro na semana passada que o anúncio da chapa local só deve acontecer após o Centrão – bloco de partidos liderado pelo DEM e composto por PP, PRB e Solidariedade – anunciar quem apoiará na corrida presidencial. Para ele, principal articulador político da oposição no Estado, “não tem por que” a definição regional preceder as articulações federais.

Pré-candidato do DEM, José Ronaldo contesta a tese, contudo. Ele disse à reportagem que, além da cabeça da chapa e da pré-candidatura de Jutahy Magalhães Jr., já existe um terceiro nome definido na composição, apesar de não ter sido anunciado. “As coisas avançaram muito na última semana. Já temos o quarto nome bem encaminhado. O anúncio pode ser a qualquer momento. Estamos trabalhando com prioridade sobre essas questões. Antes, estávamos tratando de forma mais superficial. Agora demos profundidade às discussões”, disse, sem antecipar, no entanto, quando divulgará o desenho da aliança eleitoral de oposição.

A indefinição também abate o MDB, que defenderá o nome de João Santana como uma terceira via em meio à polarização entre PT e DEM. Atualmente, a liderança emedebista ainda avalia quem pode ocupar as duas vagas disponíveis em sua chapa. Há conversas em curso com o PSC, que tem demonstrado irritação com José Ronaldo, e com legendas nanicas. “Tudo mudou com a saída do prefeito ACM Neto da disputa. Surgiram novas candidaturas e estamos nos ajustando ainda”, afirmou Santana.