Apenas uma mulher na lista dos 12 da OAB, presidente do TSE vem aí e a paz reina entre bispo e prefeito

Credito: OAB-ES

Onze homens e uma mulher disputam cadeira no Tribunal de Justiça

A sessão foi longa, mas após analisar recursos, ouvir os 34 concorrentes à vaga – o 35º não compareceu –, a OAB, com seus 41 votantes, chegou aos 12 nomes que irão disputar uma vaga de desembargador no Tribunal de Justiça pelo Quinto Constitucional. Agora, eles vão disputar o voto da advocacia em eleição direta para a formação da lista sêxtupla. Entre os 12 escolhidos, apenas uma mulher.

Foram escolhidos os advogados: Raphael Americano Câmara (41 votos), Luciano Olímpio Rhem da Silva (37 votos), Rodrigo Marques de Abreu Júdice (36 votos), Vinícius Pinheiro de Sant’Anna (35 votos), Alexandre Puppim (34 votos), Samir Furtado Nemer (32 votos), Erfen José Ribeiro Santos (31 votos), João Batista Dalllapiccola Sampaio (30 votos), Elisa Helena Lesqueves Galante (29 votos), Américo Soares Mignone (28 votos), Ricardo Macedo Peçanha (23 votos) e Anderson Sant’Ana Pedra (22 votos).

Raphael Câmara e Luiz Basílio

Em seu perfil no Instagram, o advogado mais votado agradeceu os votos recebidos. “Receber todos os votos do nobilíssimo Conselho da OAB-ES e da laboriosa diretoria me emocionou muito. E o abraço do meu eterno presidente Luiz Basilio, do alto dos 91 anos, confortou meu coração. Valeu o trabalho! Por isso cito a Oração aos Moços: ‘O amanhecer do trabalho há de antecipar-se ao amanhecer do dias”, disse Raphael Câmara.

Além de Basílio, o ex-governador José Ignácio Ferreira, que também foi presidente da Ordem, esteve presente na sessão que foi classificada pelo presidente da OAB-ES, José Carlos Rizk Filho, como histórica. Ele lembrou que teve de recorrer ao CNJ sobre a vaga do Quinto Constitucional – pela Constituição, um quinto das vagas do TJ (6) são destinadas aos membros da advocacia e do Ministério Público, sendo três para cada.

“Essa é a primeira sessão extraordinária após a reeleição por mais três anos. Gostaria de registrar a minha felicidade em estar aqui e agradecer essa oportunidade e falar a vocês que o Quinto não foi nos dado. O Quinto foi exigido pela OAB-ES. Tivemos que exigir e ir ao CNJ. É importante que os 35 homens e mulheres que estão aqui tenham ciência da nossa luta institucional e que num momento breve isso não tenha que ser executado. “Deus me deu essa honra de presidir a sessão. Pela primeira vez o TJ vai ter um desembargador eleito pela classe”, disse Rizk.

A eleição da lista sêxtupla está marcada para o próximo dia 14, no Centro de Convenções de Vitória, das 9h às 17 horas. Em seguida, os seis nomes serão enviados para o TJ e os desembargadores vão afunilar ainda mais a lista, para três nomes, a serem enviados para a escolha do governador.

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Lista tríplice com dois nomes e três votos

O Ministério Público de Contas do Estado (MPC-ES) também formou sua lista tríplice, porém com dois nomes, para a escolha de procurador-geral do MPC-ES para o biênio 2022-2023. A votação, secreta, contou com a participação de todos os membros do MPC, ou seja, os três procuradores.

O atual procurador-geral, Luis Henrique Anastácio da Silva, teve dois votos e o procurador Heron Carlos Gomes de Oliveira teve um voto. A lista com esses dois nomes deve ser encaminhada ao presidente do Tribunal de Contas até o final desta semana para que seja remetida ao governador do Estado, a quem caberá a escolha do novo procurador-geral.

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Barroso vem aí

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, vai abrir o VIII Encontro Nacional do Colégio Permanente de Juristas da Justiça Eleitoral (Copeje) na próxima sexta-feira (03), no Tribunal Regional do Trabalho, em Vitória. O tema do evento será: “Reforma Política, Justiça e Defesa da Democracia: Desafios para as Eleições 2022”.

Entre os temas debatidos estão: fake news nas eleições, violência política de gênero, propaganda eleitoral na internet, perda de mandato e judicialização da política. Entre os palestrantes, está o advogado capixaba Flávio Cheim Jorge. O evento vai até sábado.

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Sentiu!

Durante a filiação do presidente Bolsonaro ao PL, na manhã desta terça-feira (30), o senador Flávio Bolsonaro, que também se filiou à sigla, destinou grande parte do seu discurso no ataque ao ex-ministro Sergio Moro.

Sem citar o nome dele, disse que a política pode até perdoar a traição, mas não perdoa o traidor. Falou do episódio em que Moro trouxe a público uma conversa com a deputada Carla Zambelli e disse ainda que não houve empenho do ex-ministro da Justiça no caso Adélio. Nos bastidores, a leitura foi que o clã Bolsonaro “sentiu o golpe” da entrada de Moro no jogo político. Analistas acreditam que Moro tire votos de Bolsonaro na disputa presidencial.

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Cabo Daciolo de volta

O ex-presidenciável Cabo Daciolo voltou a gravar vídeos com “mensagens de Deus” para a “nação brasileira”. No vídeo “Estão quebrando a nação brasileira”, gravado em frente ao Congresso, ele diz que é mentira que a PEC dos Precatórios seja para pagar o Auxílio Brasil e deu sinais de que vai ser candidato a presidente de novo.

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Fizeram as pazes?

Pazolini e Dom Dario em encontro na Arquidiocese

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, publicou em seu Instagram fotos com o arcebispo de Vitória, Dom Dario Campos, durante entrega de cestas básicas para a campanha Paz e Pão.

“Estivemos nesta segunda-feira (29) na Mitra Arquidiocesana de Vitória. Levamos alimentos para contribuir com a Campanha Paz e Pão, para ajudar inúmeras famílias que passam fome e que tiveram suas situações ainda mais agravadas com a pandemia da Covid-19. Além disso, muito diálogo com nosso Arcebispo Dom Dario Campos”.

Em março, o prefeito e o arcebispo andaram se estranhando. Dom Dario criticou a decisão do prefeito de antecipar três feriados religiosos sem o consultá-lo. Durante uma missa, o religioso disse que se sentiu desrespeitado e ofendido pelo fato do prefeito não ter consultado os católicos sobre a mudança das datas festivas da igreja – foram antecipados os feriados de Nossa Senhora da Penha, Corpus Christi e Nossa Senhora da Vitória.

Depois o prefeito compartilhou uma publicação antiga da Arquidiocese em que dizia: “Se dermos ouvidos às críticas, nada faremos e, mesmo assim, seremos criticados”. À época, os dois chegaram a falar sobre o imbróglio por telefone, mas ficou o climão. Agora, pelo visto, a paz do Senhor reina.