Almoço do Republicanos, cobrança por projeto polêmico e a indecisão de Hércules

Arquivo pessoal

Sinais, fortes sinais…

O presidente da Assembleia, Erick Musso; o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, e o ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli postaram ontem, no Instagram, a mesma foto: a de um encontro entre Erick e Meneguelli, nesta terça-feira (18).

Na legenda, Erick escreveu que teve um almoço e um papo “super bacana” com Meneguelli, não citando, nem de longe, qual foi o cardápio (político) desse encontro. Erick é pré-candidato ao governo do Estado e, Meneguelli, é pré-candidato ao Senado.

Em dezembro, quando o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, esteve no Estado, lançando a pré-candidatura de Erick ao governo, citou que o partido tinha dois nomes para o Senado: o de Meneguelli e o do deputado federal Amaro Neto.

Meneguelli reagiu e disse, em entrevista para a coluna De Olho no Poder, que se não disputasse o Senado, não disputaria outro cargo. “O candidato ao Senado deve ser eu. No último almoço que eu tive com Erick Musso em Vitória, há quase um mês, foi falado comigo que eu só não seria candidato se não quisesse. O presidente do Republicanos também quer meu nome e o Amaro disse que iria disputar a reeleição. Não vejo outro nome do Republicanos ao Senado que não seja o meu”, disse Meneguelli, à época.

Story de Amaro: indireta?

A prioridade do Republicanos é a chapa federal, que é a que rende recursos e tempo de TV para os partidos nas eleições. Uma grande bancada federal, durante o mandato, confere poder à sigla, que podem resultar na ocupação de cargos e num poder maior de negociação, tanto no Congresso quanto no Executivo. Por isso a pressão para que, mais uma vez, o deputado mais votado em 2018 (Amaro Neto) dispute a reeleição. Em 2018, Amaro também foi pré-candidato ao Senado.

Amaro não aparece na foto e nem na legenda do almoço entre Erick e Meneguelli. Horas antes do encontro, ele postou uma mensagem bíblica em seu story do Instagram: “Não deixem que o mal os vença, mas vençam o mal praticando o bem” (Romanos 12:21). Foi uma indireta? Para quem?

***

Vereadora cobra explicações de prefeitura em “Eu escolhi esperar”

Após a coluna De Olho no Poder noticiar com exclusividade no último domingo que a Prefeitura de Vitória não deu parecer e devolveu à Câmara de Vereadores o projeto “Eu escolhi esperar”, que vai virar lei na capital, a vereadora Camila Valadão (Psol) protocolou um ofício na prefeitura questionando a tramitação do projeto no Executivo.

“Queremos informações sobre a tramitação do projeto e o porquê do silêncio do prefeito até agora. Por que a prefeitura não deu um parecer sobre essa proposta? Não existe equipe técnica e especialistas para opinarem no Executivo acerca do tema? Ou a gestão é feita de um homem só que não escuta a opinião dos servidores e técnicos capacitados da nossa cidade?”, questionou a vereadora.

No ofício, com base na Lei de Acesso à Informação, ela pede todos os pareceres emitidos pelas áreas técnicas da Saúde, da Educação e da Procuradoria sobre o projeto e também requer informações sobre o motivo da prefeitura ter pedido o prazo para sancionar ou vetar a matéria.

Camila e Karla Coser (PT) votaram contra o projeto quando ele foi à votação, em novembro passado. O projeto é do presidente da Câmara, Davi Esmael, e se baseia num programa religioso que prega abstinência sexual até o casamento. O projeto foi aprovado e seguiu para o crivo da prefeitura, no dia 15 de dezembro, onde ficou até o último dia 10, quando foi devolvido à Câmara, sem parecer técnico e sem decisão de veto ou sanção.

À Coluna, a prefeitura informou que “o referido projeto de lei foi devolvido nesta segunda-feira (10) para a Câmara de Vereadores. O prazo constitucional de 15 dias úteis do projeto transcorreu sem manifestação dos órgãos da Prefeitura Municipal de Vitória, razão pela qual foi devolvido à Câmara Municipal de Vitória”. O motivo do projeto não ter contado com um parecer técnico e nem com uma decisão (veto ou sanção), porém, não foi informado.

***

Promulgação adiada

Embora o presidente da Câmara de Vitória, Davi Esmael, tenha dito que promulgaria e publicaria o projeto “Eu escolhi esperar” na última segunda-feira (17), durante sessão extraordinária convocada para votar os projetos de abono aos servidores de Vitória (R$ 1 mil) e de auxílio-farda aos agentes da Guarda (R$ 1.800), o ato foi adiado para fevereiro.

Segundo a assessoria da Câmara, a previsão é que o projeto seja promulgado no início de fevereiro, após o recesso parlamentar, em um ato solene com a presença do pastor Nelson Júnior, que é o criador do programa e ministra em igrejas e palestras. A assessoria explicou que não houve consenso nas agendas de Davi e Nelson.

***

“Não sei se vou, se fico…”

O deputado estadual Hércules Silveira (MDB) disse que ainda não sabe se deixará o partido que há tempos vem enfrentando uma turbulência interna com brigas, judicializações e baixo desempenho nas urnas.

Questionado sobre seu futuro partidário, sobre o que pretende fazer, Hércules respondeu: “Eu também queria saber o que farei. Tenho tempo para pensar e decidir”, disse. Nos bastidores, Hércules estaria com as malas prontas para deixar o partido. Recentemente, o deputado Zé Esmeraldo, que era correligionário de Hércules, foi para o União Brasil.

***

Da Vitória na Rede

Geraldo, Da Vitória e Alexandre

O coordenador da bancada federal capixaba, deputado Josias da Vitória, esteve ontem na sede da Rede Vitória e foi recebido pelo diretor executivo, Geraldo Vimercati, e pelo superintendente de conteúdo, Alexandre Carvalho. Da Vitória falou sobre o trabalho da bancada, as emendas do relator para as rodovias do Estado, sobre o cenário político nacional e estadual e sobre os desafios de 2022. Da Vitória está de malas prontas para deixar o Cidadania e almeja disputar o Senado.

***

Rigoni na JP News Vitória

O deputado federal Felipe Rigoni é o entrevistado da semana do programa “De Olho no Poder com Fabi Tostes” na rádio Jovem Pan News Vitória (90.5 MHz). Será uma hora de entrevista que irá ao ar às 16 horas. Rigoni está em seu primeiro mandato como deputado e já disse ter pretensão de ser governador.

***

A política como ela é…

Tem vereador que pauta o discurso em cima da meritocracia e da independência dos poderes, mas não perde a oportunidade de levar sua listinha de indicados para cargos (cobiçados) na prefeitura. Ê, Brasil!