Chefe da PF no ES, Eugênio Ricas admite que pode disputar o governo do Estado

O superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, o delegado federal Eugênio Ricas, admitiu, pela primeira vez, que pode disputar o governo do Estado nas eleições de outubro. Ele disse que tem conversado com algumas lideranças políticas e que já tem o convite de quatro partidos para se filiar. Ricas deve bater o martelo nos próximos dias.

O anúncio de que pode concorrer ao Palácio Anchieta foi dado com exclusividade pelo delegado no programa “De Olho no Poder com Fabi Tostes”, que foi ao ar nesta quinta-feira (10), na rádio Jovem Pan News Vitória.

“Tenho sido procurado por muitas pessoas, empresários, lideranças políticas, religiosas, pessoas comuns. Eu pego um uber, o motorista me reconhece e fala que o Espírito Santo precisa de renovação, nas redes sociais tenho recebido muitas perguntas e pensado muito sobre isso. Sou apaixonado pela Polícia Federal, nunca nem cogitei sair da polícia, mas admito que estou pensando sim em ser candidato. Não tem martelo batido, é uma decisão muito difícil, que leva a consequências importantes do ponto de vista pessoal e profissional, mas essa possibilidade existe”, admitiu Ricas.

Ele enfatizou que, se for candidato, será para governador. “Eu reconheço a importância do parlamento, o Poder Legislativo é fundamental para a melhoria da nossa sociedade, é um poder que tem o papel de fiscalizar, de fazer novas leis, de melhorar as leis do nosso país e do nosso Estado, mas eu me vejo como uma pessoa do Executivo. Eu gosto da gestão, sou mestre em Gestão Pública pela Ufes”, disse.

Questionado se o ex-governador Paulo Hartung – de quem foi secretário de Controle e Transparência – seria um dos incentivadores de sua possível candidatura, Ricas disse que sim. “Ele me estimula, não só ele, outras pessoas também, mas ele me incentiva. É uma grande liderança política, eu o admiro bastante. A gente conversa com certa frequência”.

O chefe da Polícia Federal disse não saber, porém, se PH será candidato nesse ano. O ex-governador estava sendo sondado para se filiar ao PSD e entrar na disputa nacional. Hartung e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, foram citados pelo presidente da legenda, Gilberto Kassab, como alternativas à desistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de disputar a Presidência da República pelo partido. Pacheco comunicou ontem (09) que não será candidato ao Planalto.

Filiação partidária

Por ser ordenador de despesa, se quiser mesmo disputar, Eugênio Ricas deve se desincompatibilizar do cargo que ocupa hoje – superintendente da Polícia Federal do Espírito Santo – até seis meses antes da eleição, ou seja, até o início do mês que vem (abril). Ele pediu férias este mês justamente para avaliar se vai concorrer ou não e fazer algumas conversas políticas, inclusive com dirigentes partidários para tratar de uma possível filiação.

“Quatro partidos me fizeram convite formal, são partidos mais de centro-direita, que é o perfil ideológico com o qual eu me identifico mais. Óbvio que se eu me proponho a vir como a cara da nova política, independente do perfil ideológico, a pessoa que é colocada num cargo eletivo tem que governar para todo mundo, independente do viés. Eu me identifico em razão de algumas pautas, mas tenho consciência que todas as pessoas devem ser abraçadas”.

Ricas não revelou quais são os partidos que lhe fizeram convite e nem qual mais lhe agrada. Mas a decisão – se vai entrar no pleito ou não e com qual partido – deve ser tomada nos próximos dias. Ele também evitou fazer críticas diretas à gestão do governador Renato Casagrande, embora tenha dado várias alfinetadas na área da segurança.

Veja a entrevista na íntegra: