Pedagoga diz que foi exonerada do governo após se filiar ao União Brasil

A pedagoga Maria Helena Netto, que já foi candidata à prefeita de Guarapari, disse que foi exonerada do governo do Estado após deixar o PP e se filiar ao União Brasil para ser candidata à deputada federal.

Maria Helena era secretária executiva do Fundo de Combate à Pobreza (Funcop), ligado à Secretaria de Estado do Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, e estava no governo do Estado por conta de um convênio de cessão com a Prefeitura de Guarapari, onde é professora concursada. O convênio foi assinado em junho do ano passado e tinha vigência até 31 de dezembro deste ano. O cargo é comissionado e de confiança.

A exoneração de Maria Helena foi publicada no Diário Oficial do último dia 5, três dias após ela deixar o PP e se filiar ao União Brasil para tentar uma vaga à Câmara Federal. Ela não tem dúvida de que foi retaliação.

“No último dia 2, comuniquei meu partido que eu não ficaria mais. Trinta minutos depois recebi uma ligação do Tyago Hoffmann (ex-secretário de Ciência e Tecnologia), perguntando se eu estava saindo do PP. Eu disse que sim e ele respondeu que o governador iria me ligar”, disse Maria Helena.

Ela conta que conversou com o governador e ele teria ficado de ver um partido da base para ela se filiar, uma vez que o PP não era mais uma opção para Maria Helena – chapa ficou bem pesada com a entrada de novos deputados. A pedagoga chegou a procurar, segundo ela, todos os partidos da base, mas nenhum lhe teria dado condições de levar adiante uma candidatura competitiva, sendo o União Brasil o único partido a lhe garantir tal chance.

O União Brasil, no Espírito Santo, é comandado pelo deputado federal Felipe Rigoni, ex-PSB, que é também pré-candidato ao governo do Estado.

Maria Helena disse que foi para o Estado por seu perfil técnico e não por cota política. “Fui secretária municipal de Saúde, Assistência Social e Desenvolvimento Econômico por mais de 10 anos em Guarapari. Fui presidente do colegiado de gestores da Assistência Social do Espírito Santo, coordenadora da Assistência Social da região Sudeste pelo Ministério do Desenvolvimento Social, sou especialista em controle, avaliação e monitoramento do serviço público pela universidade Gama Filho”, disse a pedagoga, ainda indignada por ter sido exonerada. “Nós, mulheres na política, precisamos ser tratadas com respeito”, disse Maria Helena.

O PP foi procurado e, por meio de sua assessoria, disse que houve uma divergência com Maria Helena no partido por ela querer ser candidata à deputada federal e o PP lhe oferecer a candidatura à deputada estadual. Mas informou não ter conhecimento para qual partido ela teria ido e nem que tinha sido exonerada. O governo do Estado foi procurado, mas não se manifestou a respeito até o momento.