“Espero que nosso partido se rebele e peça voto para um candidato de esquerda”, diz Camila Valadão

crédito: Câmara de Vitória

Durante o lançamento da pré-candidatura ao governo do Estado do capitão da PM Vinícius Sousa, pelo PSTU, no último sábado (14), a vereadora de Vitória Camila Valadão (Psol), convidada pela organização para dar uma palavra no evento, disse esperar que seu partido se rebele e peça votos para a esquerda.

“É com muita alegria e com muita expectativa que a gente recebe o anúncio da candidatura do Capitão Sousa. Eu espero que nosso partido se rebele e que possa pedir voto para uma candidatura de esquerda nessas eleições no Espírito Santo. Fiz questão de vir prestar meu total apoio e solidariedade nesse ato de lançamento”, disse a vereadora, logo no início do evento.

Camila é uma das principais lideranças do Psol e é a grande aposta do partido para chegar à Assembleia – ela lançou sua pré-candidatura à deputada estadual no domingo (15). O Psol fechou uma federação com a Rede, que tem a pré-candidatura ao governo de Audifax Barcelos como prioridade. Mas, no Estado, a federação encontra resistências, principalmente com relação às candidaturas majoritárias.

Em entrevista exclusiva ao programa “De Olho no Poder com Fabi Tostes”, na rádio Jovem Pan News Vitória (90.5 MHz), Camila disse que o Psol tem dificuldades de pedir votos para Audifax, por questões ideológicas e partidárias, e que a sigla quer indicar o nome ao Senado. O escolhido é Gilbertinho Campos, ex-candidato à Prefeitura de Vitória e que seria o nome a disputar o governo se não tivesse a federação.

Hoje, porém, o impasse deve ser resolvido. Dirigentes nacionais do Psol já estão no Estado e devem se reunir com a Rede para aparar as arestas do casamento em terras capixabas. Ontem (17) teve uma reunião com militantes do Psol, mas nem Camila e nem o presidente do Psol capixaba, Toni Cabano, participaram.

“Sou o único candidato negro e assalariado”

No discurso do lançamento de sua pré-candidatura ao governo do Estado, o capitão da PM Vinícius Sousa já deu pitadas do que vai constar no seu plano de governo. Sousa vai concorrer pelo PSTU, partido de extrema-esquerda e defende a estatização do serviço de transporte público, eleição direta para definir o comando da Segurança Pública e a implantação de conselhos populares com representantes da classe trabalhadora para definir políticas públicas.

“Sou o único candidato ao governo negro e assalariado. Temos de romper com esse sistema político-econômico que é um cadáver a céu aberto. Temos que expropriar os meios de produção. No transporte público, o primeiro passo é torná-lo público. Iniciar uma auditoria para saber para onde vai cada centavo. Temos que acabar com a máfia do transporte e fazer um conselho para gerir o transporte. Na Segurança Pública, teremos eleição para o comando-geral, eleição entre os policiais, para as chefias. Vamos ter conselhos populares”, disse Sousa.

No evento, também foi lançado o pré-candidato ao Senado pelo PSTU, Felipe Skiter, que afirmou ser necessário um projeto de transformação social. “É preciso inverter esta ordem de ter tanta produção de alimentos enquanto tantas pessoas passam fome. Estamos aqui para transformar este sistema social”.

A presidenciável do PSTU, Vera Lúcia, também veio ao Estado para o evento do partido e defendeu uma frente da esquerda para tirar Bolsonaro e governar o país. “Tirar Bolsonaro do governo não significa tirar a ultradireita do poder. Não adianta mudar a natureza do capitalismo porque ele não se muda. Nós nos juntamos com gatos e cachorros para tirar Bolsonaro, mas para governar o país, não. No projeto da classe trabalhadora não cabe a burguesia”, disse Vera que defendeu estatizar as 100 maiores empresas do país e revogar todas as reformas feitas nos governos de Temer e Bolsonaro.