Marcelo admite ceder vice-presidência e garante: “Não está mais nos meus planos a vaga de conselheiro”

Marcelo Santos na Ales convocou reunião para segunda / crédito: Bruno Fritz

Após passar um longo tempo mergulhado, sem falar publicamente sobre a disputa da Mesa Diretora da Assembleia, o deputado estadual Marcelo Santos (Podemos), candidato à presidência da Ales com o apoio do governo do Estado, falou sobre as tentativas que têm feito para que a eleição da Mesa seja em chapa única, nesta quarta-feira (01).

Reeleito e rumo ao seu sexto mandato, Marcelo admitiu a possibilidade de ceder a vice-presidência a alguém do grupo de Vandinho Leite (PSDB) para chegar a um consenso. “Se o grupo dele entender, posso colocar aqui no meu grupo e dialogar com eles”, afirmou, descartando porém, que tenha espaços já determinados nas comissões temáticas da Casa – que devem ser definidas só na semana que vem.

A coluna De Olho no Poder apurou que Vandinho teria recebido uma proposta, durante reunião convocada pelo governador Renato Casagrande (PSB) na Residência Oficial, no último domingo (29). A oferta seria do grupo ficar com a vice-presidência na chapa encabeçada por Marcelo e ainda ter a presidência de, no mínimo, cinco comissões.

Marcelo frisou que não tem veto a nenhum parlamentar do grupo de Vandinho e que iria ligar para cada um, ainda nessa noite, para pedir o apoio, dando sinais de que há chances de não ter duas chapas amanhã concorrendo.

O deputado ainda garantiu que não vai colocar o nome em eventual candidatura para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, uma vez que vai vagar uma cadeira no ano que vem. Nos bastidores, há quem tema a presença de Marcelo no comando da Ales, avaliando que isso iria fortalecê-lo para a vaga. “Não está mais nos meus planos a vaga de conselheiro”. Em tempo: hoje ele participou da abertura dos trabalhos no TC-ES.

Veja a entrevista completa que Marcelo deu à coluna De Olho no Poder:

 

De Olho no PoderEm entrevista mais cedo, o governador disse que tinha certeza que Vandinho caminharia com o governo, dando a entender que já estava selada a composição em chapa única…

Marcelo Santos – O governador é um entusiasta que as coisas encontrem o caminho da unificação. Eu tive uma agenda com o governador e disse que eu não tinha veto a nenhum parlamentar do outro grupo. Na reunião de hoje eu disse para os meus colegas isso e disse ainda mais: que se tivesse de fazer uma composição, não veria problema, claro, teria que ser discutido.

Como já participei de mais de 10 eleições de Mesa, então é assim: eleição de Mesa tem ajuste até na hora de protocolar a chapa. Então, eu quero acreditar que de hoje pra amanhã, até as 15 horas que é o horário da nossa eleição, eu acredito que até lá…

Eu sou da tese do positivismo, vou me dedicar muito, vou ligar para todos os deputados, colocando que a porta está aberta. Falando pra eles da minha experiência na Assembleia. É o meu último mandato de deputado estadual, vou buscar outro espaço na política, seja como deputado federal ou outro. Mas quero fazer a Assembleia avançar ainda mais. Pedindo a eles uma oportunidade para colocar a minha experiência. O objetivo, no final, é o melhor para o Espírito Santo.

Mas foi feita essa proposta: de Vandinho ser seu primeiro vice e o grupo ter a presidência de cinco comissões?

Não, não tem isso não. A única conversa que eu tive com os colegas deputados é que eu estou disposto, junto com os meus parceiros, a dialogar, inclusive na composição da chapa. Fora isso, não tem espaço demarcado, não tem comissão, nada disso. Até porque comissão, todo parlamentar tem direito de participar, está previsto no regimento. É composição mesmo.

De 0 a 10 qual a chance de fechar uma chapa de consenso?

Acredito que 50% de chance de ter chapa de consenso. Tem possibilidades, que antes não tinha, mas também tem a possibilidade de não ter.

Hoje, você e o Vandinho conversaram?

Hoje, não. A pessoa que eu conversei foi com Danilo Bahiense, que a gente é amigo, e disse que ele tem total condição de receber os deputados, dialogar sobre essa possibilidade.

E ele disse o quê?

Que a decisão é do grupo.

Se dependesse só do Vandinho, ele aceitaria ser seu vice?

Não sei, acho que não. Esse movimento é muito legítimo, está muito blocado. De hoje pra amanhã acredito que será encontrado um caminho, mas pode ser que não aconteça. Dei sinais de que, da minha parte, não há qualquer tipo de ressentimento contra nenhum parlamentar, porque eu sei que no calor da eleição, pode falar o que nem queria. A eleição é um jogo de paciência.

O senhor disse que não tem veto, então não descarta ter Vandinho na sua vice-presidência? É uma possibilidade?

Se o grupo dele entender, posso colocar isso no meu grupo aqui e dialogar com eles. Tudo é discutido, inclusive nada. Pode ser que queiram estar alinhados no bloco, isso é normal. Não é o espaço que vai fazer a aliança, é o diálogo.

O senhor disse que não seria candidato a prefeito e nem candidato à reeleição. E sobre a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas?

Não está mais nos meus planos. A vaga de conselheiro será discutida no tempo certo e não terá o meu nome figurando numa lista para a disputa dessa vaga. Eu tenho um objetivo claro: se Deus me der a oportunidade, em parceria com meus colegas deputados, de presidir a Assembleia, eu quero fazer um belo trabalho de resultado para os meus colegas e principalmente dar resultado prático para a sociedade.

Meu caminho depois disso é fazer um planejamento estratégico e buscar um mandato na Câmara Federal. Sou muito grato ao governador Renato Casagrande. O que ele disse? “Olha eu não tenho voto na Assembleia, mas não desmerecendo nenhum outro nome, todos estão aptos e têm relação comigo, mas eu encaminho o Marcelo pela relação, pela experiência, então, sou muito grato por ele ter encaminhado meu nome para a apreciação da base.

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