EXCLUSIVO: Tyago Hoffmann deixa disputa pela presidência da Assembleia: “Quero ajudar o governo”

Tyago Hoffmann / Crédito: Governo do ES

O deputado estadual eleito Tyago Hoffmann (PSB) saiu do jogo e retirou o nome da disputa à presidência da Assembleia. Embora nunca tenha se posicionado publicamente como candidato, Tyago aparecia como um dos principais cotados, nos bastidores, por ser, entre os eleitos, o que conta com a total confiança do governador Renato Casagrande (PSB).

“Em nenhum momento eu coloquei candidatura à presidência. Alguns colegas parlamentares especularam e eu, também, logicamente não neguei, também não disse que não seria candidato. Mas agora eu estou afirmando que não serei candidato”, disse Tyago em entrevista para a coluna De Olho no Poder.

Tyago disse que sua saída é para ajudar o governo a criar uma chapa de consenso entre os deputados. Como a coluna tem mostrado nos últimos dois dias, dois grupos surgiram – um blocão, comandado pelo deputado Vandinho Leite (PSDB) e um outro grupo, menor, comandado pelo deputado Marcelo Santos (Podemos). Os dois também não se posicionaram publicamente, mas são candidatos à presidência da Ales.

“A minha retirada descomprime o ambiente e eu quero ter a missão de ajudar a formatar uma base de governo ampla. Quando eu retiro meu nome das especulações para formar consenso em um dos nomes, eu ajudo o governo para criar uma ambiência maior”, disse Tyago.

Segundo o eleito, teria partido dele a iniciativa de desistir da disputa. “Eu procurei o governador hoje (18) para comunicar a ele isso, que meu nome vem sendo ventilado e especulado, mas que eu colaboro mais fazendo esse gesto. A partir de agora, vou ajudar a construir consenso em torno de um nome. Nos últimos anos não teve disputa para o comando da Ales e é bom que permaneça assim, com uma chapa de consenso. Não sendo candidato, estou muito mais legitimado a participar da construção”.

Tyago negou que sua desistência tenha a ver com resistências ao seu nome. A coluna noticiou que ele teria intenção de ser presidente, mas que estaria encontrando resistências dentro da base aliada – muitos parlamentares ficaram sentidos por não terem contado com todo o apoio que Tyago recebeu do governo durante a campanha eleitoral – e do próprio Vandinho, que, no comando do blocão, estaria viabilizando o próprio nome para ser presidente.

“Não tem ninguém, um único deputado na Ales, que não encontre algum tipo de resistência. Mas não foi esse o motivo. Nenhuma resistência me impediria de colocar meu nome se eu quisesse. Estou me antecipando porque não quero ser ponto de discórdia na Casa”.

Defesa de mudança no comando do blocão

Questionado se continuaria no bloco comandado por Vandinho e sobre informações de bastidores que dão conta que ele estaria se afastando do tucano e se aproximando de Marcelo, Tyago disse que defende algumas mudanças.

“O bloco não é do Vandinho. Nós concordamos que ele iria liderar o blocão e não estou afastado dele. O que eu não concordo apenas é de deixar quem é da base aliada de fora da lista. Eu também defendo que quem vai liderar o bloco não seja candidato, para ter mais isenção. Não tenho nada contra Vandinho”, disse.

O eleito, que já foi secretário de Estado do governo e faz parte da cozinha de Casagrande, disse que há um diálogo para que Vandinho, caso mantenha sua candidatura à presidência da Ales, abra mão do comando do bloco e que haja um esforço para que os 30 deputados eleitos façam parte do bloco.

“A intenção do governo é que os 30 façam parte do bloco, o governo não joga ninguém para a oposição. Todos estão convidados para ter uma relação com o governo. O Vandinho é uma pessoa muito boa de diálogo, não tenho a menor dúvida que ele vai ter a sensibilidade para tornar o bloco mais isento, talvez já esteja articulando isso com a Casa Civil”.

Tyago desconversou ao ser questionado sobre quem apoiaria para presidência ou para quem iria a bênção do Palácio Anchieta. Quanto aos parlamentares que já tinham declarado apoio ao seu nome, disse que vai pedir para que eles não se comprometam com ninguém, por agora.

“Vou ligar para todos os deputados e pedir para que eles não se comprometam com ninguém por agora, que esperem pelo governador. A maioria dos deputados está esperando um posicionamento do governador”.

 

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