“PL vai ter candidato a prefeito de Vitória e não vai apoiar Pazolini”, diz vice-presidente da sigla

Encontro do PL: partido quer lançar candidato em todos os municípios

O Partido Liberal (PL) capixaba, que nas últimas eleições elegeu cinco deputados estaduais, um federal e um senador e é o principal partido de oposição ao PT e ao presidente Lula, quer também ser protagonista nas eleições municipais do ano que vem, principalmente na Grande Vitória.

A legenda quer ter candidatos em todos os municípios e onde não conseguir encabeçar a chapa, vai negociar para ser vice. Em Vitória, a legenda já bateu o martelo: vai ter candidato próprio e não vai apoiar o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), caso ele dispute a reeleição.

“Vamos ter sim candidatura própria em Vitória, mas vamos escolher os nomes lá na frente”, disse o vice-presidente do PL na capital, Cemir Rodrigues, admitindo que os mais cotados para a disputa são os deputados Capitão Assumção e Gilvan da Federal. “Lá na frente, após ver pesquisa de como um está, de como o outro está, é que iremos decidir”, afirmou.

Cemir descartou apoiar Pazolini no ano que vem. “Não temos aproximação com Pazolini. Posso dizer que descartamos totalmente apoiá-lo à reeleição. Não tivemos nenhuma conversa com ele a respeito”, cravou.

O tom categórico do vice-presidente da legenda – o presidente municipal é Capitão Assumção, que está proibido pela Justiça de dar entrevista – chama a atenção porque, nacionalmente, PL e Republicanos fazem parte da mesma base, bolsonarista, que deve fazer dobradinhas nas eleições municipais Brasil afora. Há alguns dias surgiram burburinhos de que Pazolini estaria se aproximando de lideranças do PL, mas Cemir negou.

“Não tem nenhuma possibilidade de estar com Pazolini. Há uma diretriz nacional: o PL quer lançar mil candidatos a prefeitos no Brasil todo. Somos mais da base bolsonarista, queremos dar continuidade a Bolsonaro”, justificou Cemir, sinalizando que o martelo, na capital, já está batido.

O dirigente vai além. Se Pazolini sair do Republicanos e a legenda não for lançar candidato a prefeito, Cemir disse que o PL vai buscar o apoio da sigla. “Soube que Pazolini poderia ir para o PP, por isso queremos conversar com o Republicanos para aproximar, mas para o nosso lado”.

Cemir se referiu a um recente encontro, revelado pela coluna, que o prefeito teve com dois deputados federais do PP. Segundo Pazolini e o deputado federal Da Vitória, a pauta do encontro foi sobre emendas parlamentares e programas lançados na capital que poderiam ser compartilhados a outros municípios e estados.

Nos bastidores, porém, o encontro gerou burburinhos de que o prefeito poderia deixar o Republicanos e se filiar ao PP. Pazolini nega a possibilidade, mas o deputado federal Evair de Melo (PP) torce para que aconteça. Cemir, então, quer aproveitar a deixa para atrair o Republicanos, embora ainda não tenha se reunido com nenhuma liderança do outro partido para tratar sobre o assunto.

“Não seremos rabo em lugar nenhum”, diz Magno Malta

Magno Malta

Segundo o senador Magno Malta, que preside o PL no Estado, o plano da legenda é ter candidatura própria em todos os municípios e, na cidade onde não conseguir encabeçar a chapa, a intenção é compor como vice – nada menos que isso.

“Nós temos uma resolução nacional e estadual de que o partido terá cabeça em todas as cidades. Nós não seremos escada em nenhum município, principalmente na Grande Vitória”, disse Magno Malta à coluna.

Segundo ele, o partido está fortalecido no Estado e tem quadros para disputar “em todos os lugares”, embora não tenha citado municípios específicos e nem os nomes cotados para as disputas:

“O partido tem quadros importantes, capazes de disputar em todos os municípios. E onde nós tivermos dificuldade de termos ‘cabeça’ e formos para uma negociação, no máximo nós seremos ‘pescoço’. Não seremos nem ‘corpo’, nem ‘rabo’ em lugar nenhum. O partido hoje é um partido forte, estruturado e certamente nós teremos nome em todos os lugares”.

O projeto audacioso do senador leva em conta o desempenho do partido nas eleições de outubro passado. O PL elegeu a maior bancada na Assembleia Legislativa (5), com o segundo deputado estadual mais votado do Estado – Capitão Assumção, com 98.669 votos.

Na Câmara dos Deputados, o PL capixaba conquistou só uma cadeira, mas emplacou também o segundo deputado federal mais bem votado – Gilvan da Federal, com 87.994 votos – atrás apenas do petista Helder Salomão (PT), que teve 120.337 votos. Em todo o país, o PL foi o partido que mais elegeu deputados federais: 99 dos 513.

Capitão Assumção foi o segundo deputado estadual mais votado na capital – teve 16.311 votos e só perdeu para Camila Valadão (Psol), que teve 16.541 votos. Já Gilvan, foi o deputado federal mais votado em Vitória, conquistando 14.776 votos. Ou seja, os dois tiveram um bom desempenho e, pelo que a coluna apurou, também teriam interesse na disputa pelo Executivo municipal.

Embora muitos analistas políticos acreditem que a polarização nacional irá pesar menos nas eleições municipais do ano que vem do que pesou na eleição estadual de 2022, o partido de Bolsonaro deve receber mais lideranças e apostar no recall do ex-presidente, principalmente nos estados mais bolsonaristas, como o Espírito Santo.

 

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