Aridelmo confirma que PP entrará na gestão de Vitória: “Estamos em negociação”

O secretário de Governo de Vitória, Aridelmo Teixeira (Novo), confirmou à coluna De Olho no Poder que o PP irá indicar um nome à gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos). A depender do nome que for indicado e escolhido, o Progressista poderá ficar com a Secretaria de Cultura ou com o comando de outra pasta.

“O partido está convidado a fazer parte da base e nós estamos estudando a forma do PP participar. Isso vai ser definido tendo em vista o nome e as habilidades desse nome. Dependendo do nome que for indicado, pode ser em qualquer secretaria, não necessariamente na Cultura”, disse Aridelmo à coluna em entrevista na semana passada, antes da exoneração de Luciano Gagno.

A coluna noticiou, na terça-feira (1º) e em primeira mão, que o então secretário de Cultura Luciano foi exonerado do comando da pasta e nomeado para um cargo de assessor especial na secretaria comandada por Aridelmo. O subsecretário de Cultura, Tiago Benezoli, vai responder interinamente pela pasta, enquanto o nome definitivo não sai.

A expectativa é que o PP indique o futuro secretário, tendo em vista que a pasta já foi oferecida ao partido, num convite do prefeito ao vereador de Vitória Anderson Goggi (PP), para selar a aliança com a legenda.

O namoro do Republicanos com o PP começou há alguns meses e a expectativa, principalmente por parte da legenda do prefeito, é que termine no altar da disputa à reeleição no ano que vem. Até porque, a essa altura do campeonato, todo o mercado político já dá como certo que Pazolini disputará a reeleição.

Segundo Aridelmo, o PP já faz parte do governo e a indicação de um nome para compor o secretariado será, apenas, para oficializar a aliança e tornar a parceria “mais visível para a sociedade”.

“Estamos em negociação com o PP, mas não foi ainda batido o martelo. Estamos construindo a entrada do PP de uma forma mais clara, porque o PP já está no governo. O Anderson Goggi é do PP e ele está na nossa base desde sempre. O que vai ocorrer agora é tornar isso mais visível para a sociedade”, disse o secretário.

Embora Goggi tenha recusado o convite de integrar a gestão como secretário, ele é da base e defende o prefeito na Câmara, além de participar de quase todos os eventos e ordens de serviço da gestão. Goggi constantemente posta fotos e vídeos ao lado de Pazolini.

A recusa de compor o secretariado teve muito mais a ver com um motivo pessoal – de não querer abrir vaga na Câmara para o seu 1º suplente – do que por qualquer discordância da gestão.

Nem mesmo a investigação que abriu na Comissão de Cultura da Câmara para investigar contratos da pasta de Cultura, teve, por parte de Goggi, a intenção de atacar ou fazer respingar no governo. Aliás, a investigação foi arquivada na semana passada.

“Não tinha mais o que fazer”, diz Goggi sobre investigação

Goggi em agenda com Pazolini numa postagem de terça-feira

Na semana passada, durante a reunião da Comissão de Cultura, o vereador Goggi, que preside o colegiado, decidiu pelo arquivamento da denúncia, que foi protocolada pelo vereador André Moreira (Psol).

Segundo Moreira, havia irregularidades em contratos firmados pela Secretaria de Cultura de Vitória e assinados pelo então secretário Luciano Gagno. Uma das ilegalidades, segundo o vereador, seria o fato de um único empresário estar concentrando e direcionando as contratações de artistas.

Goggi chegou a convocar o secretário para dar esclarecimentos na Comissão, o que ocorreu há exatamente um mês. O secretário negou a existência de irregularidades nos contratos. “Atendemos aos pedidos de contratações das comunidades. Todas as contratações praticam valores iguais ou mais baixos do que as gestões anteriores ou do que outros municípios”, disse, na ocasião.

A reunião terminou com o colegiado acordando em chamar a testemunha – que teria feito a denúncia ao vereador André Moreira – e também os representantes das empresas envolvidas nas contratações artísticas supostamente irregulares. O convite às empresas foi feito, mas, segundo Goggi, não vingou.

“A Comissão tem poder de convocar apenas o secretário. Com relação a empresários, eu só posso convidar. O convite foi feito a todas as empresas citadas, mas por ser convite, vem quem quer e ninguém apareceu. A Comissão não tem outra ferramenta para obrigar os empresários a virem, sendo assim não há mais o que fazer no âmbito da comissão”, explicou Goggi à coluna, ao justificar o motivo de ter decidido pelo arquivamento.

Segundo ele, apenas se fosse aberta uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito –, ele conseguiria avançar nas investigações, como quebrar sigilo bancário e telefônico, convocar empresários e testemunhas e produzir uma denúncia formal.

Mas, para que uma CPI seja criada, é necessário o apoio de cinco vereadores e, hoje, não há número para isso. A oposição tem três parlamentares – Moreira, Karla Coser (PT) e Vinícius Simões (Cidadania) – e já até tentou emplacar uma CPI, mas não conseguiu chegar ao mínimo necessário. Goggi, mesmo, nunca assinou o requerimento de uma CPI para investigar a gestão.

Embora Goggi tenha razão com relação à Comissão ser realmente limitada para investigar as denúncias que chegam à Câmara, é fato que o arquivamento nesse momento parece bastante oportuno para evitar rusgas na relação com o prefeito às vésperas do seu partido entrar oficialmente na gestão.

Em tempo I: A coluna profetizou!

A coluna já tinha cantado a pedra na ocasião da convocação do secretário que, tanto a investigação quanto o pedido de impeachment contra Pazolini – também protocolado por Moreira – poderiam fazer muito barulho e gerar até um certo desgaste, mas que não iriam dar em nada. E foi o que, de fato, ocorreu.

A investigação foi arquivada da mesma forma que o pedido de impeachment – este por parte do presidente da Câmara, Leandro Piquet (Republicanos).

Em tempo II: Edu Henning secretário?

Edu Henning /crédito: Instagram

Foi ventilado para a coluna, por mais de uma fonte, que o jornalista, músico, produtor cultural e líder do Clube Big Beatles, Edu Henning, seria o indicado do PP para a Secretaria de Cultura de Vitória. Porém, não há confirmação oficial de que o nome dele tenha chegado a Pazolini e de que ele será o próximo secretário.

A assessoria da Prefeitura de Vitória e o secretário Aridelmo foram questionados pela coluna sobre o nome, mas não responderam – não admitiram e nem negaram.

Já Edu Henning, ao ser questionado se seu nome estaria sendo cotado para assumir a Cultura da capital e se havia sido convidado para o posto, foi sucinto na resposta: “Não procede”.

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