Eleições 2024: Avaliação de Pazolini, Casagrande e Lula aponta como será disputa em Vitória

A pouco mais de um ano das eleições municipais, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná mostra um quadro favorável para quem está no governo, o que pode impactar na disputa pela Prefeitura de Vitória. O levantamento mostrou que os moradores da capital aprovam a gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), do governador Renato Casagrande (PSB) e do presidente Lula (PT).

Entre os entrevistados, 65,1% aprovam a gestão de Pazolini, contra 29,4% que desaprovam. Já com relação ao Executivo estadual, 73,2% dos moradores de Vitória aprovam a gestão de Casagrande, contra 22,4%, que desaprovam. Na avaliação do governo federal, o índice é mais apertado, mas ainda assim é favorável ao petista, que foi aprovado por 49,9% dos entrevistados, contra 46,5% que o desaprovaram.

O índice positivo na avaliação das três administrações pode dar um norte do que será a disputa pela Prefeitura de Vitória no ano que vem, ainda que a mesma pesquisa tenha mostrado que a maioria da população ainda não sabe responder em quem votaria se a eleição fosse hoje.

E como cada um dos mandatários deve estar num palanque diferente, ao menos no primeiro turno da eleição, a previsão é que o pleito pela principal prefeitura do Estado seja embolado.

Campo aberto

O instituto divulgou o levantamento feito com 720 eleitores nesta terça-feira (19). Foram entrevistas presenciais, na semana passada, que questionaram sobre a corrida eleitoral e sobre a gestão do prefeito, do governador e do presidente.

O cenário espontâneo – quando o entrevistador pergunta em quem o eleitor votaria, sem sugerir nomes – mostra que para a população ainda é cedo para falar de eleição, embora a ansiedade eleitoral já tenha tomado conta do mercado político e dos principais nomes que estarão participando da disputa.

Dos entrevistados, 74% não souberam ou não responderam e ainda 7,5% disseram que votariam branco, nulo ou em ninguém. Ou seja, a eleição municipal, embora seja a mais visceral e próxima da população, ainda não é a preocupação da maioria dos eleitores, já que a menção espontânea é considerada, no mercado político, a que traduz o voto convicto.

Outro ponto que o dado do cenário espontâneo mostra é que o campo está aberto. Ter mais de 80% de indecisos num cenário aponta que ainda não se pode falar em favoritismo ou tendências. É um panorama precoce de um jogo que ainda não fechou seus players e nem definiu suas estratégias. Tudo pode acontecer.

Mas, a avaliação da administração pode ser um indicativo de como está pensando o eleitorado de Vitória e que decisão tomaria se a eleição fosse hoje – sim, hoje, porque pesquisa eleitoral é um retrato do momento.

Pazolini aparece na frente

Pazolini ainda não admitiu publicamente que disputará a reeleição. Mas ele é candidatíssimo e tem dado sinais, desde o primeiro semestre, bem claros sobre essa intenção. Um deles foi a abertura de diálogo e de espaço na gestão a outros partidos, numa articulação para arregimentar apoios e alianças.

A avaliação positiva à sua gestão – 12,9% a consideram ótima e 35,3%, boa – demonstra que Pazolini entra competitivo numa eventual disputa para defender seu legado e continuar à frente da Prefeitura. Os que aprovam sua gestão representam mais que o dobro dos que a desaprovam.

A vantagem também é vista na intenção de voto estimulado (quando o entrevistador sugere o nome dos candidatos): Pazolini pontua na casa dos 30% nos dois cenários propostos e está em 1º lugar. Ele abre um espaço de 13 pontos percentuais para o segundo colocado, João Coser (PT).

Lula vai conseguir transferir votos?

Nos dois cenários estimulados, Coser aparece na casa dos 20% de intenção de votos: em segundo lugar e na expectativa de que a aprovação do governo Lula consiga turbinar e transferir votos para sua candidatura. Embora também não tenha admitido com todas as letras que será candidato para tentar um terceiro mandato, Coser é o nome do PT para a disputa na capital, que é prioritária.

Coser é a principal aposta do partido para chegar a uma capital na região Sudeste. Por isso, o PT não deve medir esforços em sua campanha, que poderá contar até com a presença de Lula no Estado.

A avaliação positiva do governo Lula na capital chama a atenção, principalmente em se tratando de um estado majoritariamente bolsonarista e que mostrou isso nas eleições do ano passado.

É uma vantagem, mas não é garantia de que terá peso determinante numa eventual candidatura de Coser, que conta também com o recall político de seus outros dois mandatos, mas também com a maior taxa de rejeição (em quem o eleitor não votaria de jeito nenhum) apontada na pesquisa.

Casagrande vai subir no palanque?

Embora a eleição para o governo do Estado seja apenas em 2026, a avaliação positiva do governador no levantamento do Instituto Paraná tem potencial para impactar o pleito municipal do ano que vem.

Isso porque deve aumentar a pressão em cima de Casagrande sobre o apoio a candidatos aliados que estarão disputando e, em Vitória, a situação é delicada. A maior parte dos cotados para a disputa faz parte da base aliada do socialista. Todos querem o apoio do Palácio Anchieta, principalmente o PT, que quer cobrar a fatura do apoio que deu a Casagrande no ano passado.

O PSB recentemente lançou o nome do deputado Tyago Hoffmann (PSB) como pré-candidato a prefeito de Vitória. A decisão representou um recuo do partido que já tinha cogitado não lançar candidatura própria na capital – o que deve ocorrer nos outros municípios da Grande Vitória.

Porém, um nome do PSB no pleito aumenta o poder de negociação da sigla e tira o governador de uma saia-justa. Com seu partido disputando, Casagrande não poderá ser cobrado por legendas aliadas a dar apoio a outros candidatos.

Na pesquisa, Hoffmann pontua pouco mais de 1%, mas já disse anteriormente à coluna que sua candidatura é pra valer. Casagrande não garantiu, pelo menos até agora, que irá subir no palanque e pedir votos para o aliado, mas essa é a expectativa, ainda mais após avaliação mostrar que o governador conta com o apoio de mais de 70% da capital, o que pode ajudar a alavancar a caminhada ainda tímida do deputado.

Outros possíveis candidatos, como os deputados Capitão Assumção (PL) e Camila Valadão (Psol) e os ex-prefeitos Luiz Paulo (PSDB) e Luciano Rezende (Cidadania) também foram lembrados e pontuaram na pesquisa.

Veja os dados completos da pesquisa aqui: Pesquisa Instituto Paraná – Vitória.

 

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