Se Justiça autorizar, Gandini deverá ser candidato a prefeito pelo PSD

Renzo Vasconcelos e Fabrício Gandini

Nos bastidores já está tudo costurado. O deputado estadual Fabrício Gandini – que no início de julho renunciou ao cargo de presidente estadual do Cidadania e está de malas prontas para deixar o partido – já tem destino certo para se abrigar politicamente: o PSD.

No Estado, a sigla de Kassab é presidida pelo ex-deputado estadual Renzo Vasconcelos que, além de ter sido colega de parlamento, é amigo pessoal de Gandini. O convite formal já foi feito, os dois têm conversado, feito reuniões e já teriam até alinhado os próximos passos.

“Fiz o convite mediante o interesse do mesmo e reconheço que é um excelente quadro. O PSD terá candidatura própria para prefeito. Gandini é amigo e um quadro importante”, disse Renzo ao ser questionado pela coluna De Olho no Poder.

Gandini é cotado para disputar a Prefeitura de Vitória e, se for mesmo para o PSD, tem a garantia de que terá a legenda para concorrer, o que ele não tem hoje no Cidadania.

Seu atual partido está federado com o PSDB e tem, além de Gandini, outros quatro interessados pela vaga de candidato a prefeito da capital. São eles: os ex-prefeitos Luiz Paulo (PSDB) e Luciano Rezende (Cidadania); o deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB) e o ex-deputado Sergio Majeski (PSDB).

Na semana passada, na ocasião da eleição de Luiz Paulo como presidente do diretório do PSDB de Vitória, o presidente estadual do ninho tucano, deputado Vandinho Leite, disse que Luiz Paulo estaria um passo à frente dos outros quatro candidatos na corrida pela vaga de candidato, conforme noticiou a coluna.

Além do mais, o PSDB é maior que o Cidadania. Numa votação interna para decidir quem será o candidato da federação, os tucanos têm muito mais peso e, por conta disso, dificilmente um candidato do Cidadania, ainda que esteja federado, receberia o favoritismo interno. Em outras palavras, seria dificílimo Gandini conquistar a vaga da federação na disputa pela capital.

Fora do Cidadania, porém, o caminho de Gandini parece mais fácil. Ao menos por enquanto. O deputado recebeu uma carta de anuência do diretório estadual do Cidadania para deixar a legenda e entrou com uma ação na Justiça Eleitoral para trocar de legenda sem correr o risco de perder o mandato.

Isso porque o mandato de um deputado pertence ao partido. Se ele trocar de legenda sem a autorização da sigla ou da Justiça, ou ainda fora do prazo legal para as mudanças e sem justa causa, o parlamentar corre o risco de perder a cadeira por infidelidade partidária.

No caso de Gandini, o partido o liberou para trocar de legenda. A decisão tem valor legal, mas não impede, por exemplo, que o suplente entre com ação requerendo o mandato.

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Parecer de MPE é favorável a Gandini

No dia 4 de agosto, o procurador regional eleitoral substituto, Alexandre Senra, deu parecer pela procedência do pedido de Gandini.

“Nestes termos, considerando a anuência do partido, autorizando o desligamento sem a perda do mandato, a Procuradoria Regional Eleitoral opina pela procedência dos pedidos, devendo ser reconhecida a existência de justa causa à saída do requerente sem qualquer prejuízo ao exercício do seu mandato de deputado estadual”.

O parecer foi encaminhado para o relator da ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o juiz Lauro Coimbra, que ainda não emitiu voto sobre o assunto.

Procurado, Gandini não falou a respeito da possibilidade de migrar para o PSD, embora aliados já cravam como certa a escolha do novo partido.

Em tempo: Com tamanha debandada, o Cidadania pode ter dificuldade de formar chapas competitivas para a eleição do ano que vem. A legenda perdeu o senador Marcos do Val, que foi para o Podemos; o deputado federal Josias da Vitória, que se filiou ao PP; o deputado estadual Denninho Silva, que migrou para o União, e o vereador de Vitória Luiz Emanuel, que também obteve carta de anuência do Cidadania e se filiou ao Republicanos.

Agora, com a iminente saída de Gandini, poucas lideranças de peso permanecem no partido. Uma delas é o ex-prefeito Luciano Rezende que, dia desses, teve um encontro com seu antigo marqueteiro Jorge Arapiraca.

Luciano poderia até assumir o partido para reconstruí-lo, mas conseguiria isso a tempo do Cidadania entrar competitivo na campanha eleitoral? Cenário hoje mostra que a situação é delicada.

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