Biografia de Meneguelli traz planos para 2024 e 2026 e candidatura ao Senado rifada: “Traição”

Sergio Meneguelli / crédito: Ales

O deputado estadual Sergio Meneguelli (Republicanos) lança nesta segunda-feira (27), às 17 horas, nas escadarias da Assembleia, sua biografia intitulada “Sergio Meneguelli: a política pode ser diferente”.

Escrita pelos jornalistas José Paulo da Costa, que atua como assessor do deputado, e Eleutério Schneider, o livro conta com 320 páginas, muitas fotos e ilustrações, custa R$ 99,90 e traz os principais acontecimentos da vida do ex-prefeito de Colatina, desde seu nascimento até sua eleição como o deputado estadual mais votado do Estado – no ano passado com 138.523 votos.

O livro cita o início de sua trajetória política, ainda com 14 anos, num comício em Colatina. Conta sua eleição para vereador e seus primeiros passos na política colatinense, onde se tornou prefeito.

A obra também cita o encontro que Meneguelli, ainda como prefeito, teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro – segundo a obra, Meneguelli teria recebido um telefonema do próprio ex-presidente o convidando para ir a Brasília. Lá, teriam conversado sobre a duplicação da BR-259 e sobre a gestão de Colatina. Meneguelli deu de presente a Bolsonaro uma das camisas “Eu amo Colatina”.

Mas chama a atenção o nono capítulo do livro, intitulado: “A candidatura ao Senado e a traição partidária”, em que os autores narram o episódio que rifou o nome de Meneguelli na corrida ao Senado, no ano passado.

“Tudo estava preparado para Sérgio Meneguelli disputar o Senado pelo Espírito Santo em 2022, mas ‘forças superiores’ impediram a candidatura”, diz a epígrafe do capítulo que traz ainda o subtítulo “O jogo de interesses e a traição partidária” para introduzir o assunto.

Meneguelli já trabalhava sua campanha ao Senado, quando teve sua pré-candidatura retirada pelo partido. Na ocasião, foi dito pelo diretório estadual do Republicanos, que a decisão seria da cúpula nacional. Mas os motivos não ficaram claros.

Um deles seria uma entrevista que Meneguelli teria dado aqui no Estado em que se autodenominava “nada conservador” e apresentando crenças que supostamente batiam de frente com a filosofia e ideologia do Republicanos – partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.

Porém, uma outra hipótese, ainda mais forte, tinha a ver com um suposto pedido feito por Bolsonaro ao presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, para retirar a candidatura de Meneguelli para, supostamente, não prejudicar a eleição de Magno Malta ao Senado, já que os dois dividiriam o mesmo eleitorado.

Capa do livro

“Na convenção partidária, tentaram até impedir Serginho de falar, mas ele não se conteve e desabafou em alto e bom tom que cometeram uma ‘grande injustiça com ele’, denunciando, ao mesmo tempo, que a retirada de sua candidatura ao Senado tinha a digital de Brasília, com o objetivo de beneficiar a candidatura de Magno Malta. A ordem da retirada da candidatura teria partido diretamente do presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira”, diz trecho do livro.

Os autores trazem ainda que Meneguelli definiu como “rasteira” e “traição” a puxada de tapete que levou do partido e o clima pesado que ficou na convenção partidária quando foram definidos os rumos da legenda – a coluna noticiou em primeira mão, com vídeo e tudo, o desabafo de Meneguelli na ocasião.

Ao final, o então presidente da Assembleia Erick Musso (hoje presidente do Republicanos) concorreu ao Senado no lugar de Meneguelli e Magno Malta foi eleito senador. Sem muitas alternativas, já que não poderia, àquela altura, mudar de partido, Meneguelli foi candidato a deputado estadual. “Restava a opção de engolir o não cumprimento da palavra empenhada pelo Republicanos”, diz a obra. Meneguelli continua filiado ao Republicanos.

O livro também conta como Meneguelli enfrentou a diverticulite, que o obrigou a passar por uma cirurgia antes de tomar posse como deputado; conta que ele recusou “mordomias”, como o carro oficial e o tíquete-alimentação, e que com isso alcançou o “olhar de desaprovação” dos outros deputados, e citou a polêmica do uso do terno.

No início do ano, Meneguelli se recusava a usar terno e gravata durante as sessões ordinárias, comparecendo de camiseta, jeans e tênis All Star. Um projeto chegou a ser aprovado para obrigar os deputados a se trajarem de maneira formal. Meneguelli então mandou um fazer um terno de jeans.

O livro também traz o que seria uma “série de conselhos” de Maneguelli sobre as eleições de 2024 e 2026 e não descarta que ele pode ser novamente candidato a prefeito no ano que vem ou até se candidatar a governador em 2026. Porém, deixa em aberto qual seria a tendência do deputado, que já teria dito que não disputará a reeleição à Ales.

Em tempo: Não se sabe se foi para o lançamento da obra, mas Meneguelli está com novo visual. Raspou as madeixas e fez implante capilar, há cerca de um mês, segundo sua assessoria. Há quem diga que está irreconhecível sem sua cabeleira loira, que deve voltar a crescer com muito mais força agora, após o implante.

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