Empresário filiado ao PP se movimenta para ser vice de Pazolini em Vitória

Print da postagem do Instagram do prefeito Pazolini

“Foi um encontro amigável, para ele me conhecer, saber de onde eu sou, quais setores da economia que atuo e porque tenho a intenção de entrar na política”. Foi dessa forma que o empresário Eduardo Spadetto, mais conhecido como Du Kawasaki, resumiu para a coluna De Olho no Poder o encontro que teve com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), na tarde de terça-feira (30).

A reunião ocorreu no gabinete do prefeito e foi registrada no Instagram de Pazolini ainda na tarde de ontem. Du é filiado ao PP, faz parte do diretório estadual da legenda e já tinha colocado o nome à disposição do partido para ser prefeito de Vitória ou vice de Pazolini.

Como o partido não deve lançar candidatura própria na capital, Du tem se movimentado para viabilizar o próprio nome como vice na chapa de Pazolini à reeleição. Embora o prefeito ainda não tenha tratado publicamente do assunto, tem dado sinais que será candidato esse ano, assim como seu partido, o Republicanos, que não trabalha com a possibilidade de não ter candidato próprio.

Du tem aparecido ao lado de Pazolini em alguns eventos e até tem sido chamado de “meu vice-prefeito” por alguns integrantes do mesmo grupo político. E, no encontro de ontem, chegou a falar claramente para o prefeito que tinha intenção de disputar como vice na chapa à reeleição.

“Falei que tinha a intenção (de disputar como vice). E ele disse que tudo está em estudo, em aberto, que o PP está lhe apoiando, mas só falou isso. Não tem nada confirmado, mas eu me coloquei à disposição dele”, disse o empresário.

Du disse que também já conversou com o presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, no início do ano. “Falei com o Erick também, que meu nome está à disposição, e ele falou a mesma coisa: que em tempo e hora vão decidir e que tem outros nomes também para avaliar”.

Quem é Du Kawasaki?

Empresário, Eduardo é proprietário da Du Kawasaki, uma concessionária de motos localizada em Vitória. Ele também tem empreendimentos em outros setores industriais e comerciais e citou também atuar no ramo agropecuário, com fazendas de café, gado e eucalipto.

Du é de São Gabriel da Palha e disse ter mudado o domicílio eleitoral para Vitória no ano passado. Ele contou que nunca foi candidato e nem filiado a nenhum partido. Passou a integrar as fileiras do PP no ano passado e decidiu entrar na política, segundo ele, por influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Bolsonaro foi meu grande incentivador, porque em 2017 ele disse: ‘Ou você faz ou é mandado por quem faz’. Fiquei com isso na cabeça. Acho que vou incentivar muitos empresários a entrarem também (na política). Porque se o bom não entrar, o ruim entra”, justificou.

Questionado sobre o motivo de ter escolhido o PP e não o PL, partido de Bolsonaro, Du respondeu: “O PP é um partido de centro, fica mais fácil. E também devemos caminhar com o Republicanos, já o PL, não”.

 

“PP ainda não apontou o itinerário”

O presidente estadual do PP, deputado federal Da Vitória, negou que o partido já tenha selado caminhar com Pazolini, em Vitória, e pleiteado o posto de vice na chapa. “Ainda não tratamos deste assunto, nem no diretório estadual e nem no municipal. Só para registrar, o PP não apontou o itinerário de forma conjunta em Vitória”, disse o deputado.

De fato, o PP ainda não formalizou – ao menos não, publicamente – como irá caminhar na Capital. Mas o partido, assim como Da Vitória e outras lideranças progressistas, estão cada vez mais próximos de Pazolini.

O partido faz parte da base aliada do prefeito na Câmara de Vitória e conta com a defesa do vereador Anderson Goggi. O partido também teria indicado o nome do atual secretário de Cultura, Edu Henning, para integrar a gestão de Pazolini.

Sem contar que, nos bastidores, a legenda tem discutido caminhar com o Republicanos nas eleições de 2024 e também de 2026, conforme já noticiou a coluna. O PP tem intenção de ter candidatura própria ao governo do Estado e a formação de um novo grupo de centro-direita no Estado já ganha contornos, ainda que o martelo do anúncio oficial não tenha sido batido.

O detalhe é que o PP (ainda) faz parte da base aliada do governador Renato Casagrande (PSB) que, segundo interlocutores, não teria visto com bons olhos a aproximação da sigla com o prefeito de Vitória, assim como as últimas movimentações do partido, que filiou o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos e convidou Carlos Manato para também ingressar na legenda.

À medida que se aproxima o período eleitoral, porém, o PP será obrigado a tomar uma decisão, uma vez que, hoje, não há possibilidade de Casagrande, Audifax, Manato e Pazolini caminharem juntos, do mesmo lado. O PP sabe que não se pode servir a dois senhores.

O presidente do Republicanos, Erick Musso, também foi procurado, mas desconversou sobre uma suposta dobradinha com o PP e sobre a provável candidatura do prefeito.

“Pazolini não disse ainda se é candidato, qualquer especulação agora seria prematura”. Nos bastidores e para o mercado político, porém, não há dúvidas de que Pazolini estará presente nas eleições. Resta saber ao lado de quem.

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