Presidente da Ales convoca reunião para definir vaga de conselheiro

Marcelo Santos / crédito: Lucas S. Costa/Ales

As articulações para definir o próximo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCES) já estão chegando na fase final e a expectativa é que sejam resolvidas até a semana que vem. Nesta quarta-feira (28), está marcada uma reunião com os deputados para tratar do assunto.

Segundo parlamentares ouvidos pela coluna, o presidente da Assembleia, Marcelo Santos (Podemos), convocou uma reunião, a princípio, para as 11 horas de hoje, logo após a sessão ordinária, que começa às 9h. Todos os deputados foram convidados.

Na manhã desta quarta-feira (28), os deputados receberam um comunicado adiando a reunião para as 10 horas da próxima segunda-feira (04), devido a conflito na agenda dos parlamentares – muitos já tinham ido para suas bases, no interior, já que a sessão hoje é híbrida (presencial + online) e não retornariam a Vitória. A reunião será no gabinete da presidência.

De acordo com dois parlamentares ouvidos pela coluna, a reunião é para definir a data de abertura do processo para a eleição do novo conselheiro.

Já um terceiro disse que há a possibilidade do processo já ser aberto hoje, após a reunião, e que o nome do chefe da Casa Civil do governo do Estado, Davi Diniz, será apresentado como candidato. A coluna não conseguiu confirmar se Davi participa da reunião.

Como a expectativa é que o processo seja concluído até a semana que vem, com o nome definido, eleito e comunicado ao TCES, a abertura do processo precisa ocorrer logo até para dar a chance de outros nomes se apresentarem para a disputa – o que, hoje, é muito difícil de ocorrer.

A coluna De Olho no Poder noticiou na semana passada, em primeira mão, que Davi Diniz começou a colher assinaturas para viabilizar o próprio nome para a disputa. Ele chegou a viajar por diversas cidades no interior coletando apoio direto no reduto dos parlamentares e a lista de assinaturas já ultrapassa a maioria.

Um parlamentar disse à coluna que ontem, mais cedo, a lista de assinaturas tinha 18 nomes. Já, à noite, um outro deputado disse que os parlamentares que se comprometeram na lista a apoiar Davi já somavam 22.

E se, na semana passada, os apoiadores eram essencialmente da base aliada, hoje nomes da oposição já se fazem presentes na lista. Um deles é o deputado Alcântaro Filho (Republicanos). “Mesmo sendo independente e com o recuo do Marcelo (Santos), entendo que Davi tem capacidade pra ocupar o cargo”, disse o republicano à coluna. Ele vai participar da reunião de logo mais.

O apoio até de nomes de fora da base aliada a Davi Diniz não impossibilita, mas praticamente inviabiliza um embate, com a apresentação de um segundo nome. O presidente da Ales também já tinha dito, em entrevista anterior à coluna, que trabalharia por um consenso.

caminhada

A vaga no Tribunal de Contas foi aberta no mês passado com a aposentadoria do conselheiro Sérgio Borges. E, mesmo antes da cadeira ficar vaga, as articulações já estavam a todo vapor e Davi sempre apareceu como o mais favorito para ocupar o posto.

Porém, ainda no mês passado, começou um movimento entre os deputados, capitaneado principalmente pelo 1º vice-presidente da Ales, Hudson Leal (Republicanos), e pelo líder do governo e interessado em virar conselheiro, Dary Pagung (PSB), de que a vaga de conselheiro deveria ficar com um deputado.

O movimento ganhou corpo e fortaleceu o nome do presidente Marcelo Santos na disputa – que não chegou a dizer oficialmente que teria interesse na vaga, mas também não descartou a possibilidade.

Acontece que alguns ruídos começaram também a aparecer, como um suposto acordo que Marcelo teria feito com o governador, de que não seria candidato a conselheiro caso tivesse o apoio do Palácio Anchieta – e ele teve – para se tornar presidente da Assembleia; e a preocupação com a estabilidade política da Casa com a possível saída de Marcelo do comando.

Após uma conversa a portas fechadas com o governador, depois do Carnaval, Marcelo anunciou que não iria colocar o nome para jogo, que permaneceria à frente da Ales e que tinha apreço pelo nome de Davi Diniz. Desde então, há quem diga que ele tem trabalhado para quebrar qualquer resistência ao nome do secretário.

A coluna tem tentado entrevistar Davi Diniz sobre a disputa, mas ele não tem retornado aos contatos e nem falado publicamente sobre o assunto.

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