PSB vai ou não vai ter candidato a prefeito na Serra?

Bruno Lamas

A definição dos candidatos que irão disputar as eleições deste ano ocorre durante as convenções partidárias, no período compreendido entre julho e agosto. Até lá os partidos conversam, tentam atrair quadros, fazem alianças e preparam seus pré-candidatos.

Normalmente, tudo já é alinhado antes e a convenção é apenas para bater o martelo. As divergências entre as instâncias municipais e estadual, quando existem, são resolvidas antes e muitas vezes nem saem dos bastidores. E quando há orientação do diretório nacional, normalmente é seguida.

Embora seja incomum, não significa que impasses internos não ocorram e é exatamente isso que está se vendo entre o PSB estadual e o municipal da Serra.

Enquanto o diretório estadual conversa com o prefeito Sergio Vidigal em busca de uma aliança e até mesmo de emplacar o vice – caso Vidigal vá para a reeleição –, o diretório municipal bate o pé para ter candidatura própria a prefeito, com o nome do ex-deputado e secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Bruno Lamas.

Na última terça-feira (20), o diretório do PSB da Serra se reuniu para tratar da expulsão do vereador Adriano Galinhão, mas também para falar sobre as eleições, principalmente sobre a formação da chapa de vereadores e a candidatura majoritária.

Bruno Lamas assinou o livro de candidaturas do PSB e falou para os socialistas que vai disputar a Prefeitura da Serra. No município, o partido é presidido por Márcia Lamas, mãe de Bruno e, segundo ele, o diretório é eleito e tem autonomia.

“O PSB da Serra tem autonomia. Tem diretório e executiva eleitos, não é Comissão Provisória. É respeitado, o maior do Estado, com muitas entregas. E tem uma presidente com 38 anos de filiação ao partido”, disse Bruno.

Bruno foi candidato a prefeito em 2020, mas ficou em quinto lugar na disputa, com 5,13% dos votos. Um desempenho considerado aquém do esperado, tendo em vista que ele faz parte do partido do governador, que já estava no comando do Palácio Anchieta na época.

Ainda assim, segundo o secretário, nunca lhe foi dado nenhum sinal para recuar em sua intenção de disputar de novo. “Serei candidato para ser uma opção de mudança de um projeto que já dura 30 anos. Nunca recebi um sinal sequer para recuar. Sou do grupo político do governador desde meus 16 anos, sou membro da estadual”, afirmou.

Impasse

Alberto Gavini / crédito: Instagram

Porém, no âmbito estadual, a conversa é outra. Atual prefeito da Serra, Vidigal é aliado do governo do Estado, apoiou o governador Renato Casagrande (PSB) na campanha de reeleição, em 2022, e agora espera a retribuição nas eleições deste ano.

Vidigal adiou para o mês que vem – 16 de março – a decisão se será ou não candidato à reeleição. Sendo ele ou sendo alguém apadrinhado por ele, fato é que o PDT terá candidato e não irá abrir mão do apoio do Palácio Anchieta. E o PSB estadual está ciente e parece concordar com isso.

O presidente estadual do PSB, Alberto Gavini, em entrevista no ano passado à coluna, disse que o partido iria tentar emplacar o nome de vice nas chapas dos prefeitos aliados da Grande Vitória que irão para a reeleição.

“Vamos buscar essa posição na Grande Vitória. Mas isso, lá na frente iremos conversar. Vamos tentar ser vice em Vila Velha, em Cariacica, na Serra e em Viana. Nós vamos tentar”, disse Gavini, à época.

Questionado agora sobre Bruno ter assinado o livro de pré-candidatos, disse que é um direito do diretório municipal, mas que a conversa sobre aliança com Vidigal continua de pé.

“É um desejo do PSB municipal. Eles têm o direito de apresentar uma candidatura a prefeito. Mas também estamos conversando com Vidigal, tudo ainda está no tempo das negociações e ajustes. O PSB estadual apoia as iniciativas municipais, mantendo diálogo com todos os parceiros”, afirmou.

Perguntando, então, o que irá prevalecer, Gavini fez mistério: “O tempo dirá”. No Estado, o PSB pretende lançar em torno de 30 candidaturas próprias a prefeito, neste ano.

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“Bruno Lamas não tem compromisso e nem palavra”, diz Galinhão

 

Galinhão foi o 2º vereador mais votado na Serra

Expulso do PSB municipal sob acusação de infidelidade partidária e por não contribuir com o partido, entre outras coisas, o vereador da Serra Adriano Galinhão rebateu às acusações e críticas feitas pelo diretório e pelo secretário Bruno Lamas (PSB). Segundo o secretário, a expulsão foi aprovada pela Comissão de Ética com anuência até mesmo de um outro vereador do PSB no município.

Galinhão nega que tenha sido infiel ao partido e disse que sofre perseguição por não ter apoiado Lamas na eleição de 2022, quando Bruno Lamas tentou se reeleger a deputado estadual – ficou como suplente.

“Eu sempre fui fiel ao partido. Já apoiei Bruno, Márcia e apoio Casagrande. Na última eleição eu fiquei na base do governador, com Xambinho e Sueli. Eles ficaram magoados porque eu não apoiei o Bruno, mas eu não apoiei porque ele não tem compromisso e nem palavra”, disse.

Galinhão contou que contribui com o partido e que tem gente nomeada em seu gabinete a pedido do grupo de Bruno Lamas. Ele também negou estar se reunindo com o senador Magno Malta (PL).

“Falar que eu me reuni com Magno Malta é mentira. Eu apenas encontrei com ele no aeroporto de São Paulo e nós tomamos um café. Mas, mesmo diante das perseguições e injustiça do ex-deputado Bruno Lamas, de tentar me desestabilizar politicamente, eu não vou parar”, afirmou.

Candidato à reeleição na Câmara da Serra, Galinhão disse que não irá recorrer para permanecer no ninho socialista e que está estudando com seu grupo político para qual partido irá agora com a expulsão.

 

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