Política

Com apenas oito páginas, programa eleitoral de Crivella no Rio em 2016 não citava chuvas

Crivella venceu as eleições no segundo turno contra Freixo por 59,3% a 40,6% dos votos válidos

Com apenas oito páginas, programa eleitoral de Crivella no Rio em 2016 não citava chuvas Com apenas oito páginas, programa eleitoral de Crivella no Rio em 2016 não citava chuvas Com apenas oito páginas, programa eleitoral de Crivella no Rio em 2016 não citava chuvas Com apenas oito páginas, programa eleitoral de Crivella no Rio em 2016 não citava chuvas
Foto: Frazão/Agência Brasil

O programa de governo do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), foi o único dentre os três mais votados na eleição carioca de 2016 que não citou a palavra “chuvas”. Com apenas oito páginas, o documento chegou a ser criticado nos debates por ser pequeno e genérico.

O programa do segundo colocado no pleito, o hoje deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), tinha 67 páginas. O do terceiro, o também deputado Pedro Paulo (hoje no DEM, antes no MDB), contava com 110. Ambos mencionavam as chuvas que historicamente assolam a cidade e provocam danos e mortes – até a tarde desta terça-feira, 9, sete pessoas morreram por causa dos temporais de ontem.

No de Freixo, por exemplo, um parágrafo determinava que, caso o candidato fosse eleito, estabeleceria metas para ampliar as taxas de permeabilidade do solo, “com intuito de evitar as enchentes e inundações em período de cheia e de chuvas fortes.”

Já o de Pedro Paulo elencava seis medidas para conter a situação caótica em que o Rio costuma ficar após tempestades, a fim de “dotar a cidade de estruturas de drenagem que reduzam o impacto dos eventos chuvosos ao patrimônio, à segurança individual do cidadão, à circulação de bens e serviços e à mobilidade urbana.”

Crivella venceu as eleições no segundo turno contra Freixo por 59,3% a 40,6% dos votos válidos.

Ao comentar os danos materiais e as mortes decorrentes da chuva desta segunda-feira, Crivella atribuiu o problema ao histórico de negligência na cidade e até à falta de investimentos do governo federal.

Impeachment

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu na terça-feira, 2, por 35 votos a 14, abrir uma comissão para processar o prefeito Marcelo Crivella (PRB), acusado de crime de responsabilidade. Alvo de um inédito processo de impeachment, o prefeito reuniu no dia seguinte a imprensa para se defender. Segundo ele, a “fragilidade da denúncia é total” e a ação, “completamente descabida”. “Tenho certeza de que a Câmara dos Vereadores, de posse dos documentos e do relatório da comissão, vai concordar conosco”, afirmou.