O empresário Aridelmo Teixeira se filiou ao PSD nesta terça-feira (29). A ficha de filiação foi assinada na sede nacional do partido, em São Paulo, tendo como testemunhas o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, e o ex-governador Paulo Hartung (PSD) – que participou da articulação para levar o aliado para o partido.
Aridelmo era a principal liderança do Partido Novo, onde estava filiado desde 2018. Pela legenda, disputou o governo do Estado em 2022, ficando em 5º lugar com 0,76% dos votos. No segundo turno, declarou apoio ao ex-deputado Carlos Manato (PL).
Professor e cofundador da Fucape Business School, Aridelmo também atuou no serviço público. Foi secretário da Fazenda de Vitória, entre os anos de 2021 e 2022, e depois, secretário de Governo (2023/2024), também na gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).
Aridelmo deixou a Prefeitura de Vitória no ano passado sob a cotação de integrar a chapa de Pazolini como vice, rumo à reeleição. Porém, a empresária Cris Samorini (PP) ocupou a vaga e foi eleita. Aridelmo não disputou.
Eleições 2026
Questionado sobre qual cargo pretende disputar no ano que vem, Aridelmo passou a bola para sua assessoria de imprensa, que, em nota, informou que ele está à disposição do novo grupo político e que quer romper com a polarização.
Aridelmo entende a importância do momento político que o Espírito Santo e o Brasil atravessam. Como tem feito ao longo dos anos, ele se coloca à disposição para contribuir com responsabilidade. É importante deixar claro que não se trata de um projeto pessoal, mas da defesa de um legado e da aposta em um caminho político que rompa não só com a polarização, mas que também esteja à altura dos desafios impostos pelas reformas e pelos enfrentamentos que se avizinham”, diz trecho da nota.
Nas duas últimas eleições gerais, Aridelmo disputou o governo do Estado – em 2018, pelo PTB – e o PSD está se organizando para ter nomes na disputa majoritária também, lembrando que além da disputa ao Palácio Anchieta, estarão em jogo duas vagas ao Senado.
Em entrevista à coluna De Olho no Poder, Hartung – que também se filiou ao PSD recentemente – deu sinais de que não disputaria o governo do Estado e nem o Senado, o que pode abrir espaço para novas lideranças.
Articulação
A assessoria de Aridelmo informou também que, antes de assinar a ficha de filiação, conversou com o presidente estadual da legenda, o prefeito Renzo Vasconcelos, que teria ajudado na articulação, junto com Hartung.
“A articulação de Renzo, junto a Paulo Hartung, foi decisiva para a construção política que viabilizou o ingresso no partido”, diz nota da assessoria.
Na semana passada, segundo noticiou a coluna, Hartung esteve em Colatina para uma agenda com Renzo. O encontro ocorreu na quarta-feira (23) e o ex-governador chegou a postar, em seu perfil do Instagram, sobre o assunto.
“Hoje estive com o prefeito Renzo Vasconcelos, na Prefeitura de Colatina – uma liderança jovem e promissora. O Espírito Santo precisa de um novo ciclo de liderança”, escreveu o ex-governador.
Aridelmo defendeu o mesmo discurso, de “novo ciclo”, ao anunciar sua filiação: “Só partidos com estrutura, história e compromisso com o diálogo serão capazes de furar essa bolha e abrir espaço para um novo ciclo político: mais estável, mais eficiente e mais conectado com os reais desafios do Brasil”.
Presidente do Novo avisado só depois da filiação
O presidente estadual do Partido Novo, Iuri Aguiar, disse que só foi informado por Aridelmo de sua saída do partido e entrada no PSD após a filiação.
Questionado sobre o que o empresário havia alegado para deixar o partido, Iuri respondeu: “Não alegou nada. Torço muito por ele, é um quadro técnico fantástico”.
Iuri disse que não houve rompimento entre eles. O que foi sinalizado pela nota encaminhada pela assessoria de Aridelmo, que afirma que houve a “necessidade de, neste momento, somar forças com grupos políticos que reúnem experiência institucional e maior capacidade de articulação nacional. A filiação ao PSD, portanto, não representa uma ruptura”.
Por fim, a nota de Aridelmo ainda dá uma alfinetada no governo Casagrande: “Tenho orgulho de estar onde estou. E mais ainda de caminhar junto com quem acredita que o Espírito Santo pode – e deve – mais. Com responsabilidade, competência e coragem.”