Política

Com poucas perguntas, André Nassar encerra depoimento na comissão do impeachment

Com poucas perguntas, André Nassar encerra depoimento na comissão do impeachment Com poucas perguntas, André Nassar encerra depoimento na comissão do impeachment Com poucas perguntas, André Nassar encerra depoimento na comissão do impeachment Com poucas perguntas, André Nassar encerra depoimento na comissão do impeachment

Brasília – A Comissão Especial do Impeachment teve duração mais breve nesta terça-feira, 14. Com acordo na base do governo Michel Temer para não fazer questionamentos às testemunhas, o último depoente do dia, André Nassar, do Ministério da Agricultura, foi dispensado após poucas perguntas por parte da defesa e senadores aliados de Dilma.

Nassar é ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Além do acordo dos senadores do governo Temer, ele próprio respondeu, por mais de uma vez, que a pergunta fugia ao escopo de seu trabalho e que ele não poderia respondê-la.

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) afirmou que a testemunha não tinha condições de responder às perguntas necessárias por não ser advogado e não ter trabalhado no Banco Central. Na sessão desta terça-feira, as testemunhas foram convidadas para falar sobre as operações de crédito entre o governo e o Banco do Brasil relativas ao Plano Safra.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) foi o único da base do governo Temer a fazer questões para André Nassar. Em certo momento, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) chegou a criticar o fato da sessão estar esvaziada, praticamente sem nenhum senador da base aliada de Temer.

Os aliados do governo queriam evitar que a sessão se estendesse e aproveitar para acelerar o processo. Terça-feira é dia de sessão deliberativa no Senado e, caso se iniciasse alguma votação no plenário da Casa, a comissão precisaria interromper seu trabalho.

Por precaução, a base de Temer adotou a estratégia de não fazer perguntas para as testemunhas de defesa para encurtar as sessões. O objetivo é encerrar a sessão todos os dias antes da abertura de votações no plenário do Senado, evitando atrasos no calendário.

Nessa madrugada, o governo Temer sofreu uma derrota no processo de impeachment quando o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, aceitou o recurso da defesa para garantir uma perícia independente nos documentos que embasaram a denúncia do impeachment. O procedimento pode atrasar o calendário do impeachment.

Próximas sessões

A comissão vai continuar a ouvir testemunhas da defesa pelos próximos dias. Os advogados de Dilma têm direito de trazer até 40 testemunhas.

A sessão dessa quarta-feira, 15, está marcada para 11h e deve ouvir quatro testemunhas: Cilair Rodrigues de Abreu, ex-secretário-adjunto da Secretaria de Orçamento Federal; José Geraldo França Diniz, ex-subsecretário de Orçamento e Administração do Ministério da Previdência Social; Walter Baere de Araújo Filho, consultor jurídico do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e Hipólito Gadelha Remígio, consultor de Orçamentos do Senado.