Política

Comissão de Ética arquiva processo contra deputada que criticou projeto do marco temporal

Comissão de Ética arquiva processo contra deputada que criticou projeto do marco temporal Comissão de Ética arquiva processo contra deputada que criticou projeto do marco temporal Comissão de Ética arquiva processo contra deputada que criticou projeto do marco temporal Comissão de Ética arquiva processo contra deputada que criticou projeto do marco temporal

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou, por 11 votos a zero, o processo contra a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS). Ela, ao lado de outras cinco parlamentares de esquerda, foram alvo de representação por terem chamado de “genocida” o projeto de lei que autoriza demarcação de terras apenas nas áreas ocupadas por indígenas até a promulgação da Constituição em 1988, aprovado no plenário da Casa em maio.

O documento, de autoria do PL, argumenta que Melchionna tentou manchar a honra de deputados gaúchos que votaram a favor do marco temporal ao dizer que eles foram “favoráveis ao genocídio indígena”, postura a qual o partido diz ser “incompatível” com o decoro parlamentar. O relator do caso, Alex Manente (Cidiadania-SP), orientou pelo arquivamento.

Melchionna argumentou que a ação visava atingir o trabalho das congressistas mulheres. “Já ouvi que éramos histéricas porque defendemos os povos originários na votação do marco temporal”, diz. “Eles acham que podem nos intimidar. Não passarão. A luta das mulheres está só começando. Nós temos muito a alcançar.”

Além da deputada, houve representações contra Talíria Petrone (PSOL-RJ), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Samia Bomfim (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Juliana Cardoso (PT-SP) em episódios também relacionados à votação do marco temporal na Câmara.

Conselho arquiva caso de deputado que desdenhou de facada em Bolsonaro

A comissão também arquivou por unanimidade o processo contra o deputado Marcon (PT-RS), que disse que a facada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018, foi “fake” e uma “encenação para ganhar a eleição”. O parlamentar disse isso em frente ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um dos filhos de Bolsonaro, que partiu para cima ao ouvir o que o petista disse. O PT fez uma representação contra Eduardo, também arquivada pela comissão.

No colegiado, Marcon se defendeu dizendo que preza pelo “bom debate” e “boa disputa”, “respeitando a ideologia política das pessoas”.

Os resultados desta quarta-feira, 4, seguem a tendência da Comissão de Ética em arquivar todos os casos apresentados. Até então, nenhuma representação feita em 2023 avançou no colegiado.

O presidente do Conselho, Leur Lomanto Jr. (União-BA), falou, em agosto, que há um “revanchismo” dos partidos e fez um apelo para que os partidos reduzissem o volume de representações. “O que a gente tem observado é que há uma polarização política exacerbada que muitas vezes partido A e B utilizam o Conselho de Ética para sustentar essa guerra política aqui dentro”, disse.