Política

Comissão do impeachment no Senado barra áudios na defesa de Dilma

O colegiado acompanhou a decisão do relator do processo de impedimento, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Para o senador tucano, esses arquivos fogem do tema do processo

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Dilma Rousseff Foto: Agência Brasil

Brasília – A Comissão Especial do impeachment no Senado negou na última quinta-feira (2), a inclusão da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com os áudios do senador Romero Jucá (PMDB-RR) no processo. Essa é a principal aposta da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, que pretende derrubar o impeachment com base na tese do “desvio de poder”.

O colegiado acompanhou a decisão do relator do processo de impedimento, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Para o senador tucano, esses arquivos fogem do tema do processo de impeachment. Da mesma forma, Anastasia também negou ouvir como testemunhas o doleiro Alberto Youssef e o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, que foram requisitadas pela acusação.

“Essa é a tese fundamental da defesa. Se aprovarem esse parecer, será a maior violência institucional promovida até hoje no Congresso. Foge ao tema do processo mostrar que isso foi uma grande farsa?”, afirmou o ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo.

Quando entregou a defesa prévia da presidente afastada, Cardozo disse que era preciso esclarecer que lideranças políticas atuaram para realizar o impeachment com o objetivo de conter as investigações da Polícia Federal.

Nos diálogos com Machado, Jucá, um dos principais articuladores do impeachment, fala em “mudar o governo para poder estancar essa sangria” – a declaração é considerada uma tentativa de deter as investigações da Operação Lava Jato.

Para o defensor de Dilma, ao negar a inclusão das gravações no processo, a comissão impede a presidente afastada de apresentar provas de sua inocência. “Estão atingindo brutalmente o direito de defesa. Estão impedindo a produção de provas. O que querem que a gente faça, que nos ajoelhemos?”, disse Cardozo à comissão.

O ex-ministro afirmou que o objetivo de “apressar a solução” confirma a tese de que há desvio de poder. “Arguimos a suspensão do senador Anastasia e estão ignorando. Ele não poderia proferir nada enquanto isso não fosse definido”, disse. “Queremos provar que tudo isso foi uma manipulação.”

Anastasia ainda negou o pedido de perícia e auditoria externa para analisar as contas presidenciais de 2015. O objetivo de Cardozo era apresentar pareceres de consultorias técnicas internacionais que demonstrem que não há autoria da presidente afastada nas pedaladas fiscais e que a edição de créditos suplementares não comprometeu a meta fiscal. Para Cardozo, essa também é uma questão central para a defesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.