Ricardo e Renzo observam a vista da rampa do Cais das Artes: 2026 no horizonte (foto: Fabi Tostes)
Ricardo e Renzo observam a vista da rampa do Cais das Artes: 2026 no horizonte (foto: Fabi Tostes)

O vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) e o prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos (PSD), se reuniram nesta segunda-feira (1º) em um almoço que pode trazer novos contornos às movimentações políticas e alianças no cenário capixaba.

Na Capital para agendas institucionais, Renzo teria telefonado para o vice, que foi ao seu encontro num restaurante na Enseada do Suá.

No cardápio, pautas institucionais, como investimentos importantes do Estado em Colatina. Porém, isso teria sido apenas a entrada.

O prato principal foram as eleições do ano que vem e o rumo que o PSD vai tomar no Espírito Santo.

Ricardo é pré-candidato ao governo do Estado e Renzo comanda o PSD no Espírito Santo que, hoje, não faz parte da base aliada do governo de Renato Casagrande (PSB).

O partido abriga o ex-governador Paulo Hartung e tem caminhado bem próximo do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que também almeja o Palácio Anchieta.

Hartung rompeu com Casagrande há mais de 10 anos e, desde então, tem estado na oposição. Assim como Pazolini, que pode vir a ser o principal adversário do governo nas eleições do ano que vem.

No entanto, nem a legenda e nem Renzo fazem movimentos de oposição ao governo do Estado. A relação não é de aliados, mas também não é de inimigos. Não há afagos, mas também não há troca de farpas ou hostilidades.

E isso foi visto no almoço.

“Anel de noivado”

Muito à vontade, entre risos e brincadeiras, Ricardo também demonstrou estar faminto por uma aliança com o PSD. Ele chegou a dizer para um garçom que estaria ali tentando colocar um “anel de noivado” no prefeito, que riu e mostrou a aliança de casado.

De fato, o PSD é uma das siglas mais cobiçadas para uma coligação em 2026. Pelo peso que tem e pelo que pode somar de um lado e desestruturar, de outro.

Entre suas lideranças, há nomes para a disputa ao Senado, para a formação de chapa como vice e até para disputar o governo do Estado. Independente do lado que caminhe, o PSD vai fazer a diferença nas próximas eleições.

Juntos em evento com o governador

Casagrande e Renzo se cumprimentam na entrada do Cais das Artes (foto: Helio Filho)

A conversa entre os dois durou cerca de 40 minutos. Antes de terminar o almoço, Ricardo ligou para Casagrande, que estava chegando de São Paulo e convidou Renzo para estar com ele no Buy ES – evento promovido pela Apex em parceria com a Rede Vitória, que reuniu empresários e gestores públicos.

O evento aconteceu durante todo o dia de hoje, no Cais das Artes, e contou com o governador e o vice como painelistas, entre outros.

Renzo chegou junto com Ricardo, no mesmo carro, e os dois aguardaram, na entrada, a chegada do governador. Casagrande cumprimentou Renzo com um abraço, os três subiram juntos a rampa do Cais das Artes e sentaram à mesma mesa.

O prefeito assistiu a palestra de Casagrande e depois deixou o evento.

Reunião com Kassab

Renzo não respondeu ao pedido de noivado de Ricardo. Antes, estará com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para explanar sobre o cenário capixaba.

O partido tem como compromisso dar legenda ao ex-governador Paulo Hartung no que ele quiser disputar. É uma prioridade. Porém, Hartung não tem se movimentado para ser candidato mais uma vez. Nem ao governo e nem ao Senado. Pelo contrário.

Nas entrevistas que deu à imprensa até aqui, sempre tem dito que apoia uma renovação no comando do Estado – ele já foi governador por três vezes.

Sem Hartung na disputa, nada impede que o PSD firme alianças com outros pré-candidatos ao governo e, a coluna apurou, que não há impedimentos de uma aliança com Ricardo Ferraço.

A decisão, porém, vai passar pelo crivo de Kassab e da costura nacional. E deve ser tomada ainda nesse ano.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.