Política

De olho no caso Pizzolato, governo acompanha pedido de extradição de holandês

De olho no caso Pizzolato, governo acompanha pedido de extradição de holandês De olho no caso Pizzolato, governo acompanha pedido de extradição de holandês De olho no caso Pizzolato, governo acompanha pedido de extradição de holandês De olho no caso Pizzolato, governo acompanha pedido de extradição de holandês

São Paulo – O governo brasileiro acompanhará na Itália, no próximo dia 26, o julgamento de um pedido de extradição do holandês Ronald Van Coolwijk, condenado a 20 anos de prisão pela Justiça brasileira por tráfico de entorpecentes no Estado do Espírito Santo.

O caso chama atenção não só pelo fato de Coolwijk ter cometido crime território brasileiro, mas por sua semelhança com o julgamento de Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no caso do mensalão.

Assim como o caso Pizzolato, a defesa do holandês tem usado a situação do sistema carcerário do Brasil para tentar impedir a extradição. A diferença entre os dois julgamentos se dá pelo fato de que Coolwijk já teve o pedido de extradição deferido pela primeira instância, enquanto o de Pizzolato foi negado.

Os dois casos estão agora em fase de recurso, mas em instâncias distintas. No caso de Coolwijk, a ação voltou à primeira instância pelo fato de que a Corte de Cassação de Roma – equivalente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil – entendeu que a decisão de extraditá-lo aconteceu sem que o Tribunal analisasse as condições do sistema carcerário brasileiro.

“A Corte e apelação de Roma tem uma estrutura especializada em matéria internacional. E suas decisões costumam ser seguidas com atenção por outras cortes da Itália”, explicou o procurador da República Eduardo Pelella, que acompanhará o julgamento dos dois casos em Roma.

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, 16, ele esclareceu que, embora o caso não seja determinante para a decisão sobre o Pizzolato, ele pode influenciá-lo pelo fato de a Corte ser uma referência para as demais.

Sobre Coolwijk, Pelella comenta que, embora o caso não tenha a mesma repercussão em âmbito nacional no Brasil, tem um “clamor local”. O holandês foi condenado a 20 anos de prisão por tráfico de drogas e chegou a cumprir dois anos de prisão no Espírito Santo, mas fugiu para a Itália, onde acabou novamente detido em 2012.

“Ele faz parte de uma organização criminosa – do Le Coc – do fim dos anos 1990, início dos anos 2000. É uma condenação pesada, ele foi condenado a 20 anos de prisão. Não é uma condenação qualquer”, comentou.