Política

Decisão de Miguel Rossetto abre fogo amigo no PT

Decisão de Miguel Rossetto abre fogo amigo no PT Decisão de Miguel Rossetto abre fogo amigo no PT Decisão de Miguel Rossetto abre fogo amigo no PT Decisão de Miguel Rossetto abre fogo amigo no PT

Brasília – O gaúcho Miguel Rossetto ainda nem sequer trocou oficialmente o Ministério do Desenvolvimento Agrário pela Secretaria-Geral da Presidência e já é alvo do fogo amigo do PT e aliados. O motivo é a escolha do coordenador municipal de Juventude de São Paulo, Gabriel Medina, para o cargo de secretário nacional de Juventude no lugar de Severine Macedo.

A Juventude do PT e a União da Juventude Socialista (UJS, ligada do PC do B), articulam com outros grupos de mobilização da juventude e defesa dos direitos dos homossexuais a entrega de uma carta à presidente Dilma Rousseff na qual reclamam da forma como Rossetto conduziu a escolha. Estes grupos, que tiveram papel importante na campanha pela reeleição de Dilma no 2º turno, estão descontentes por não terem sido consultados.

Amigo pessoal de Dilma desde a década de 1990, Rossetto integra a Democracia Socialista, uma corrente minoritária do PT, e foi escolhido na cota pessoal de Dilma para substituir Gilberto Carvalho, homem de confiança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Uma das missões do novo ministro será a de colocar em prática a estratégia aprovada pelo PT e defendida por Lula de reaproximação com setores da sociedade organizada dos quais o partido se afastou nestes 12 anos no governo federal.

E ao contrário de governos anteriores, a Secretaria Nacional de Juventude deve ter peso maior no segundo mandato. Ela será responsável pela relação com grupos que foram às ruas nos protestos de junho de 2013.

A revolta dos jovens petistas começou na semana passada, quando o nome de Medina vazou para a imprensa. A Juventude do PT, que esperava participar da indicação, se irritou ao ficar sabendo da escolha pelos jornais, assim como a UJS e grupos que estão formalmente fora do PT, como a rede Fora do Eixo, que tem bom trânsito junto a Lula.

Liderados por Juventude do PT e UJS, estas grupos passaram a articular junto com outras forças a redação da carta que será entregue a Dilma.

O pano de fundo da revolta é a eterna disputa interna entre as correntes do PT. A atual secretária, Severine, é da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), assim como o comando da Juventude do PT. Já Medina é da Democracia Socialista (DS), corrente minoritária da qual Rossetto também é integrante.

Os defensores de Medina acusam a CNB de tentar impor um nome enquanto a corrente majoritária alega que Rossetto interditou o diálogo para forçar a escolha de um quadro da DS.

Contra-ataque

Ciente da articulação contra seu nome, Medina passou a procurar pessoalmente as lideranças de algumas forças que participavam da redação da carta para esvaziar o movimento. Por isso a lista dos signatários da carta ainda é uma incógnita e os líderes da revolta só falam sob a condição de não ter seus nomes revelados.

Além da experiência na prefeitura de São Paulo, Medina foi presidente do Conselho Nacional de Juventude entre 2010 e 2012. Ele defende que o governo priorize o diálogo com os chamados “não convertidos”, setores da juventude que não tem vínculo formal do o PT mas aderiram de forma voluntária à campanha de Dilma. Rossetto foi procurado por telefone mas não atendeu às ligações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.