Política

Decisão de não divulgar pesquisas foi unânime, diz Ipea

Decisão de não divulgar pesquisas foi unânime, diz Ipea Decisão de não divulgar pesquisas foi unânime, diz Ipea Decisão de não divulgar pesquisas foi unânime, diz Ipea Decisão de não divulgar pesquisas foi unânime, diz Ipea

Rio – A decisão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de não divulgar pesquisas antes das eleições foi tomada de forma unânime, disse nesta sexta-feira, 17, o presidente do órgão, Sergei Soares. Ontem, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, informou que uma decisão inédita tomada pela direção do Ipea proibiu a publicação de estudos realizados pelos pesquisadores envolvendo dados públicos divulgados entre julho e o fim das eleições presidenciais e gerou uma crise interna. O diretor de Estudos e Políticas Sociais, Herton Araújo, colocou seu cargo à disposição por discordar da decisão da cúpula do instituto.

“Houve uma decisão da diretoria colegiada em agosto deste ano de que a gente publicaria apenas publicações com data de lançamento regular, como boletins. As demais publicações, a gente faria com calendário de lançamento depois das eleições. A diretoria do Ipea é 100% da casa e extremamente diversa do ponto de vista ideológico. Eu não pergunto em quem as pessoas vão votar lá”, disse Soares, antes de proferir palestra em evento no Rio.

Segundo o presidente do Ipea, Araújo estava há pelo menos 12 anos no instituto, mas assumiu a diretoria havia pouco mais de um mês. Por discordar da decisão tomada em reunião anterior à sua posse, ele solicitou a reabertura da discussão. Mais uma vez, votou-se por manter a determinação, e Araújo pediu exoneração, descreveu Soares. “Não foi orientação do governo, foi uma decisão nossa”, frisou.

A reunião de agosto foi a primeira de Soares como presidente do Ipea. O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, não participou de nenhum desses encontros, assegurou Soares. Neri era presidente do Ipea até maio deste ano, e a SAE é a pasta à qual o instituto é subordinado.

“Nos reunimos pra ver o que se faria com essa legislação eleitoral, uma legislação bastante draconiana, e a interpretação da AGU (Advocacia Geral da União) também é bastante draconiana. Discutimos, houve uma série de idas e vindas, e se determinou que nós manteríamos as publicações que tinham datas regulares, ou seja, boletins. Para não ficar decidindo se essa vai, aquela não vai, a gente basicamente determinou que todas as outras publicações nós seguraríamos até depois das eleições”, detalhou Soares.

De acordo com o presidente do Ipea, a legislação eleitoral impede até mesmo que o diretor que colocou seu cargo à disposição tenha seu pedido de exoneração encaminhado.