Política

Decisão do STF que afrouxa regras de impedimento de juízes beneficia seus próprios ministros

Decisão do STF que afrouxa regras de impedimento de juízes beneficia seus próprios ministros Decisão do STF que afrouxa regras de impedimento de juízes beneficia seus próprios ministros Decisão do STF que afrouxa regras de impedimento de juízes beneficia seus próprios ministros Decisão do STF que afrouxa regras de impedimento de juízes beneficia seus próprios ministros

O julgamento não foi concluído no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF), mas a maioria já está formada para derrubar a regra que impede juízes de decidirem casos em que as partes sejam clientes de escritórios de cônjuges, parceiros e parentes.

A restrição foi criada para garantir a imparcialidade nos julgamentos e valia inclusive para processos patrocinados por outras bancas de advogados. Isso quer dizer que, se o cliente tivesse alguma causa no escritório do parente do juiz, o magistrado estaria impedido de julgar qualquer ação dele.

A maioria seguiu o argumento de que o juiz não tem controle sobre a carteira de clientes dos escritórios de seus parentes.

Veja como voto cada ministro:

Edson Fachin (relator) – a favor da regra de impedimento

O ministro Edson Fachin, relator do processo, votou para manter a regra de impedimento. Ele defendeu que ela foi criada para “garantir um julgamento justo e imparcial”. “Ainda que em alguns casos possa ser difícil identificar a lista de clientes do escritório de advocacia, a regra prevista no Código de Processo Civil está longe de ser de impossível cumprimento”, escreveu.

Rosa Weber (presidente do STF) – a favor

A ministra não apresentou voto escrito.

Gilmar Mendes – contra a regra de impedimento

O ministro abriu a divergência. Gilmar argumentou que, na prática, a restrição é “inviável”, por causa da rotatividade entre os escritórios de advocacia, do sigilo de alguns contratos e da dificuldade de obter as informações. “O fato é que a lei simplesmente previu a causa de impedimento, sem dar ao juiz o poder ou os meios para pesquisar a carteira de clientes do escritório de seu familiar, o que demonstra a ofensa ao princípio da proporcionalidade”, escreveu.

Cristiano Zanin – contra

O ministro afirmou que o controle das partes do processo é “praticamente impossível” e que a regra poderia prejudicar parentes de magistrados. “Tanto os clientes quanto os advogados não são obrigados a permanecer no mesmo escritório. É a regra da iniciativa privada. Os vínculos se alteram tanto entre os advogados e os escritórios como entre os escritórios e os seus clientes”, defendeu.

Luís Roberto Barroso – a favor

Barroso defendeu que a regra de impedimento “contribui para a imparcialidade e para o combate à influência pessoal nos processos judiciais”. Ele defendeu, no entanto, que o juiz só pode ser punido por violar a regra se ficar provado que agiu deliberadamente para julgar o processo, mesmo sabendo da hipótese de impedimento.

Luiz Fux – contra

O ministro não apresentou voto escrito.

Dias Toffoli – contra

O ministro não apresentou voto escrito.

Nunes Marques – contra

O ministro não apresentou voto escrito.

Alexandre de Moraes – contra

O ministro não apresentou voto escrito.