Política

Defesa de Delcídio entrega defesa em processo no Conselho de Ética

Defesa do senador Delcídio Amaral critica o que chama de "intromissão" do Supremo Tribunal Federal e defende a independência dos Poderes e a autonomia do Senado

Defesa de Delcídio entrega defesa em processo no Conselho de Ética Defesa de Delcídio entrega defesa em processo no Conselho de Ética Defesa de Delcídio entrega defesa em processo no Conselho de Ética Defesa de Delcídio entrega defesa em processo no Conselho de Ética
Senador é o primeiro na história a ser preso em pleno exercício do mandato Foto: ​Divulgação

Brasília – Advogados da representação do senador Delcídio Amaral (PT-MS) protocolaram na tarde desta quinta-feira, dia 18, a defesa prévia ao processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado, que pode levar à cassação de seu mandato. A defesa argumenta irregularidade em sua prisão preventiva e direito à presunção de inocência.

Como adiantou o jornal O Estado de S. Paulo, a defesa critica o que chama de “intromissão” do Supremo Tribunal Federal e defende a independência dos Poderes e a autonomia do Senado.

A defesa é baseada em cinco argumentos que alegam inconstitucionalidade da prisão preventiva do senador, ilegalidade da prova produzida, suposta irregularidade praticada fora do exercício de mandato e presunção de inocência, além de relativizar a menção aos nomes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O processo por quebra de decoro parlamentar de Delcídio argumenta a incoerência e ineditismo de se ter um senador preso, o que justificaria, segundo alegação, que seu mandato fosse cassado.

A principal argumentação da defesa do senador, entretanto, defende que ele não deveria estar preso pela ausência de flagrante, única situação em que deputados e senadores podem ser detidos, de acordo com a Constituição Federal. “Se não há situação de flagrância, resta inviabilizada a decretação da prisão do senador”, diz o documento.

Outro argumento contrário à cassação de Delcídio, com o qual os advogados finalizam a defesa, é o de que o senador ainda não foi condenado e, caso absolvido das acusações, a cassação seria um dano “irreparável” a sua pessoa.

“Pior cenário para o Senado não haverá, se o senador comprovar futuramente sua inocência perante o Supremo, colocando, assim, em xeque a reputação e a credibilidade dos julgamentos no âmbito do Congresso Nacional”, assinam os advogados Gilson Dipp, Luís Henrique Machado e Raul Amaral Júnior.

Além da defesa, os advogados também protocolaram outro documento, que pede o afastamento do relator do caso, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), por pertencer ao bloco de oposição que entrou com a representação contra Delcídio.

O Código de Ética do Senado, entretanto, prevê que não pode ser relator do processo o senador que pertencer ao partido do representado ou do representante, mas não menciona blocos partidários. A representação foi assinada pela Rede e PPS e levou como anexo uma carta de apoio assinada por líderes de DEM e PSDB.