Política

Defesa de extradição foi 'protocolar', afirma deputada

Defesa de extradição foi ‘protocolar’, afirma deputada Defesa de extradição foi ‘protocolar’, afirma deputada Defesa de extradição foi ‘protocolar’, afirma deputada Defesa de extradição foi ‘protocolar’, afirma deputada

Módena – O governo brasileiro agiu de forma “protocolar” e insuficiente para convencer a Justiça da Itália a extraditar Henrique Pizzolato, condenado por envolvimento no mensalão, afirmou nesta quarta-feira, 29, Renata Bueno, deputada brasileira no Parlamento italiano.

Pizzolato, que desde fevereiro estava preso em Módena, foi solto anteontem após a Corte de Apelação de Bolonha rejeitar o pedido de extradição. A Justiça italiana concluiu que o Brasil não atende às exigências mínimas em suas prisões para receber um detento. Entre os argumentos apresentados pela defesa estavam declarações da presidente Dilma Rousseff confirmando que a situação das prisões nacionais não é adequada.

“A ação do Brasil foi protocolar”, afirmou Renata, que ontem usou a tribuna em Roma para levantar a questão. O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do mensalão. Há um ano, ele fugiu para a Itália com um passaporte falso de um irmão morto em 1978. Em fevereiro, Pizzolato foi descoberto na casa de um sobrinho em Maranello e preso.

O governo brasileiro anunciou que vai recorrer à Corte de Apelação em Roma, mas o Ministério Público italiano, que havia defendido a extradição, ainda avalia se fará o mesmo. “Não temos uma decisão ainda”, disse o procurador italiano Alberto Candi. O principal desafio do Brasil era rebater as acusações da defesa de Pizzolato de que a Justiça não deveria permitir a extradição porque as prisões brasileiras não oferecem garantias aos direitos humanos dos presos.

A defesa de Pizzolato usou relatórios da ONU, apresentou documentos mostrando a rebelião em Pedrinhas, no Maranhão, e citou dois homicídios no Complexo da Papuda, para onde iria o condenado.

O Brasil apresentou fotos de celas, hortas e alas da Papuda sem qualquer detento. Até a defesa de Pizzolato se disse surpresa com a documentação. “O Brasil não negou o que dissemos, que as prisões não respeitam os direitos humanos”, disse Alessandro Sivelli, advogado do ex-diretor do BB.

A Procuradoria-Geral da República disse que foi feito um extenso levantamento sobre o sistema prisional, antecipando-se à tramitação do processo na Itália. O órgão explicou que as imagens não têm presos porque isso violaria o direito desses detentos.

O Brasil terá um indicativo se Pizzolato poderá ser extraditado em janeiro. A mesma Corte de Cassação de Roma julgará pedido de extradição do holandês Ronald Van Coolwijk, condenado aqui a 20 anos por tráfico de droga. A Itália já indicou que vai tomar uma decisão baseada nas condições das prisões brasileiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.