Política

Defesa de Odebrecht acredita que Moro irá revogar ordem de prisão

Odebrecht está preso desde 19 de junho, quando foi deflagrada Operação Erga Omnes, desdobramento da Lava Jato. Nabor Bulhões lembrou que um dos elementos foi desqualificado pelo delator

Sérgio Moro decretou a prisão preventiva de Marcelo Bahia Odebrecht Foto: Estadão Conteúdo

São Paulo e Curitiba – O criminalista Nabor Bulhões, que defende o empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, afirmou nesta sexta-feira, 30, após interrogatório de seu cliente em processo da Operação Lava Jato, ter a expectativa de que o juiz federal Sérgio Moro revogue a prisão preventiva de seu cliente.

“Temos a esperança a essa altura que o próprio magistrado reveja a prisão preventiva decretada, porque quando decretada, o foi com base em fatos que foram absolutamente afastados durante a instrução não apenas pela palavra de Marcelo (Odebrecht), mas pelas testemunhas da acusação, pelas testemunhas da defesa e pelos próprios delatores”, afirmou Bulhões, em Curitiba.

Odebrecht está preso desde 19 de junho, quando foi deflagrada a Operação Erga Omnes, desdobramento da Lava Jato. Nabor Bulhões lembrou que um dos elementos que levaram à decretação de prisão de Odebrecht, a troca de e-mails tratando do assunto navios-sonda, foi desqualificado pelo delator Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras, ouvido nesta quinta-feira, 29, no mesmo processo. “O próprio Barusco, gerente-executivo da Petrobras, diz que isso não passou de um enorme equívoco do Ministério Públicos e da Polícia Federal”, destacou Bulhões.

A decretação de prisão de Odebrecht, segundo Nabor, sobre esse fundamento é “insubsistente”.

“Marcelo teve a oportunidade de mostrar e demonstrar nas respostas que produziu circunstanciadamente, que as especulações desenvolvidas em torno das suas notas pessoais, produzidas por ele para ele mesmo, não passaram de mistificações da Polícia Federal e do Ministério Público.”

Bulhões disse, em entrevista à imprensa em Curitiba, que considera que ao fim de uma “penosa” instrução processual, com seu cliente preso, há a “absoluta constatação de que Marcelo é absolutamente inocente”.

“Nós temos a esperança, a expectativa, que o eminente magistrado, ciente e consciente que essa é a realidade efetiva dos autos, revogue a prisão preventiva que já se prorroga de maneira aflitiva por muito mais tempo de que se poderia imaginar e admitir”, disse o criminalista. “Afinal, prisão preventiva não significa antecipação de punição.”