Política

Delação de Joesley era 'extremamente problemática', diz Gilmar

Para ministro, pressa da Procuradoria-Geral da República teria gerado acordo falho e investigações precárias

Delação de Joesley era ‘extremamente problemática’, diz Gilmar Delação de Joesley era ‘extremamente problemática’, diz Gilmar Delação de Joesley era ‘extremamente problemática’, diz Gilmar Delação de Joesley era ‘extremamente problemática’, diz Gilmar
Brasília-O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, participa da sessão plenária, para julgamento de diversos processos. (José Cruz/Agência Brasil)
Brasília-O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, participa da sessão plenária, para julgamento de diversos processos. (José Cruz/Agência Brasil)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que a delação da J&F, utilizada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para denunciar o presidente Michel Temer, era “extremamente problemática” e amparou investigações precárias. As declarações foram feitas na manhã desta terça-feira, 5, em Paris, onde o ministro tem agenda oficial.

Para Gilmar, o STF já havia levantado questões sobre a pertinência e a legalidade do acordo de delação premiada firmado pela PGR. “Eu chamei a atenção no julgamento da questão da delação de que nós precisávamos tomar todo cuidado. Inclusive, quanto a possibilidade de revisão, a necessidade de apreciar esses casos no colegiado, e me parece que meus prognósticos se confirmaram”, afirmou o ministro.

Sobre as supostas citações a membros do STF nas novas gravações entregues à PGR, o ministro pediu calma nas investigações. “Temos que esperar. Isso tem que ser revelado. Essa guerra psicológica não adianta nada, né? Quer dizer, o importante é que se esclareça e que se tire isso tudo a limpo”, reiterou.

Quanto à perspectiva de que a delação seja anulada, e que as provas obtidas a partir das gravações sejam questionadas pela defesa dos suspeitos, Mendes considera uma possibilidade. “Vamos aguardar. Eu tenho a impressão que todos sabiam que era uma delação extremamente problemática, desde o começo”, avaliou.

“A Polícia Federal tinha feito observações muito críticas em relação à pressa com que a procuradoria conduziu todo o episódio e agora está se vendo o preço que se cobra para isso”, completou o ministro.