Política

Delator diz que lobista indicou diretor da Petrobras 'com apoio do PMDB'

Delator diz que lobista indicou diretor da Petrobras ‘com apoio do PMDB’ Delator diz que lobista indicou diretor da Petrobras ‘com apoio do PMDB’ Delator diz que lobista indicou diretor da Petrobras ‘com apoio do PMDB’ Delator diz que lobista indicou diretor da Petrobras ‘com apoio do PMDB’

São Paulo – O ex-gerente geral de Internacional da Petrobras Eduardo Costa Vaz Musa, alvo da Operação Lava Jato que fez delação premiada, afirmou à Justiça Federal que o lobista João Augusto Henriques lhe disse que indicou Jorge Zelada para o comando da diretoria daquela área da estatal petrolífera com apoio do PMDB de Minas. “O João Augusto (Henriques) disse ‘eu fiz o Zelada. com apoio do PMDB mineiro'”, afirmou.

Zelada é réu da Lava Jato, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os investigadores descobriram uma fortuna do ex-diretor da Petrobras alojada em conta secreta no Principado de Mônaco.

João Augusto Henriques teve papel decisivo no cerco ao deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Ele revelou ter feito transferência de “um milhão e pouco de dólares” para uma conta no exterior. Segundo ele, a remessa foi feita para a conta de um filho do deputado peemedebista Fernando Diniz, de Minas, que já morreu. Henriques diz que “soube depois” que a conta era do presidente da Câmara.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduziu a audiência na última sexta-feira, 30, perguntou a Eduardo Musa. “(Henriques) chegou a dar detalhes de como fez o Zelada?” Musa respondeu. “Não, que eu me lembre não. Eu conhecia o João Augusto de outros tempos de Petrobras. Fomos tomar um café. Ele foi mais detalhado e falou que tinha feito o diretor Zelada com apoio do PMDB. Ele disse que o PMDB estava cobrando muito o resultado e que ele (Henriques) estava com dificuldade, que era do interesse dele e da manutenção do diretor que essa contratação saísse.”

A contratação a que Eduardo Musa se referiu no depoimento é relativa ao navio sonda Vantage, para águas profundas (três mil metros). Segundo ele, não houve licitação e, supostamente por decisão de Zelada, foi incluída a Vantage. O negócio rendeu propina de US$ 550 mil para Musa, conforme ele próprio admitiu.

O PMDB afirma que nunca autorizou ninguém a falar em nome do partido ou arrecadar valores de origem ilícita para a legenda.