Política

Delegados aposentados pedem que PGR investigue Alexandre por abuso de poder

Delegados aposentados pedem que PGR investigue Alexandre por abuso de poder Delegados aposentados pedem que PGR investigue Alexandre por abuso de poder Delegados aposentados pedem que PGR investigue Alexandre por abuso de poder Delegados aposentados pedem que PGR investigue Alexandre por abuso de poder

Um grupo minoritário de delegados aposentados da Polícia Federal pediu à Procuradoria-Geral da República que investigue suposto abuso de autoridade do ministro Alexandre de Moraes e do delegado Fábio Shor em razão da operação que mirou empresários bolsonaristas que estariam defendendo um golpe de Estado em caso de vitória do ex-presidente Lula nas eleições de outubro.

O pedido dos aposentados da PF esbarra em uma questão legal: não se pode investigar ministro do Supremo sem autorização da própria Corte. É uma previsão expressa da Lei Orgânica da Magistratura (Loman).

Um dos pontos sustentados pelos 131 delegados que assinam a representação é a investigação se dar sem participação da Procuradoria-Geral da República. Como mostrou o Estadão, a operação contra os aliados do presidente Jair Bolsonaro – aberta no dia 23 de agosto – gerou uma queda de braço entre o Supremo e a cúpula do Ministério Público Federal. A Procuradoria já pediu o arquivamento do caso, solicitação negada por Moraes em razão de descumprimento de prazo. O órgão agora insiste em enterrar o caso junto ao plenário da corte máxima.

Além disso, os delegados questionam a fundamentação da decisão que expediu mandados de busca contra os empresários bolsonaristas. A investigação se debruça sobre supostos crimes contra o Estado Democrático de Direito. O que os delegados alegam é que tal tipificação pressupõe ‘violência ou grave ameaça’, o que, na visão do grupo, não existiria na conduta dos aliados de Bolsonaro. “Ora, inexistiu a violência! Quanto à grave ameaça, essa não saiu do campo da cogitação”, dizem.

A iniciativa dos delegados aposentados não foi reconhecida pela Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal. Tania Prado, presidente da Fenadepol, diz que a ‘representação formulada por um grupo minoritário de delegados da Polícia Federal aposentados à PGR não representa a opinião da categoria’.

O delegado Alexandre Saraiva, que conduziu investigação que mirou aliado de Bolsonaro e hoje é candidato a deputado federal, também reagiu à ofensiva do grupo de ex-integrantes da PF, formado por cerca de 10% dos aposentados da corporação. No twitter, o delegado classificou como ‘ridícula’ a representação levada ao MPF.

“Quando os delegados que realmente investigavam foram perseguidos, os delegados aposentados não escreveram nada. Agora, insurgem-se contra um ministro do STF para defender bolsonaristas. Tive vontade de vomitar enquanto lia a excrecência que escreveram”, publicou Saraiva no Twitter em referência à movimentação do grupo de aposentados contra Alexandre de Moraes.

Saraiva era superintendente da PF no Amazonas e foi substituído após acusar o ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles de patrocinar diretamente interesses de madeireiros.