Política

Depois de demissão de Cid, governo consegue adiar PL do salário mínimo

Depois de demissão de Cid, governo consegue adiar PL do salário mínimo Depois de demissão de Cid, governo consegue adiar PL do salário mínimo Depois de demissão de Cid, governo consegue adiar PL do salário mínimo Depois de demissão de Cid, governo consegue adiar PL do salário mínimo

Brasília – Depois de conseguir a demissão de Cid Gomes (PROS) do ministério da Educação, o PMDB aceitou um apelo do governo e liderou um acordo para adiar a votação do projeto que estende a política de valorização do salário mínimo para o regime geral da Previdência.

A proposta é rechaçada pelo Palácio do Planalto, que teme o impacto bilionário que a vinculação traria. A avaliação é que ela pode colocar em risco o ajuste fiscal aplicado pela equipe econômica do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), disse que a previsão de impacto, caso o “gatilho” seja válido para a Previdência, é de cerca de R$ 2,5 bilhões por ano. Já cálculos feitos pela Consultoria de Orçamento da Câmara apontam para um gasto de R$ 16,4 bilhões até 2019.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), colocou a matéria em votação instantes depois de Cid Gomes abandonar o Plenário, mesmo estando sob convocação para explicar declarações de que existem entre os deputados “300 ou 400 achacadores”.

Cid, que assumiu o cargo há apenas 77 dias, disse hoje na Câmara que os parlamentares do governo que não votam de acordo com a orientação do Planalto deveriam “largar o osso”. Ele também acusou Cunha de ser um dos achacadores e, no momento mais tenso da sessão, teve o microfone cortado pelo presidente quando batia boca com o deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ). Cid foi chamado de “palhaço” por Zveiter e deixou o prédio do Legislativo.

Ele seguiu imediatamente ao Palácio do Planalto, onde se encontrou com Dilma e pediu para deixar o governo. Cunha anunciou a demissão em Plenário e foi aplaudido pelos colegas.

Apelo

A renovação da fórmula que determina ganhos reais ao salário mínimo até 2019 foi aprovada na semana passada pela Câmara. O cálculo leva em conta a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Mas a tramitação não foi concluída porque ficou pendente uma emenda do PDT que aplica a mesma regra para os aposentados e pensionistas da Previdência.

O apelo feito por Guimarães, líder do governo, é para que a proposição retorne à pauta depois da Semana Santa. O Planalto se comprometeria a iniciar uma mesa de diálogo com as centrais sindicais para discutir a questão dos benefícios previdenciários.