O deputado estadual Alcântaro Filho (Republicanos) denunciou uma ameaça recebida, via redes sociais, por ele e o vereador da Serra Pastor Dinho (PL) na quarta-feira (15). O parlamentar registrou boletim de ocorrência na polícia.
Conforme o registro, um internauta fez uma publicação sugerindo que os dois parlamentares deveriam sofrer violência física. “Não tem que existir diálogo com a extrema-direita, esses caras só vão aprender a respeitar quando forem parar na UTI”, escreveu.
A ameaça foi motivada por um vídeo feito pelo deputado e pelo vereador no mesmo dia. No conteúdo, os parlamentares criticam a exposição “Línguas Africanas”, que acontece no Palácio Anchieta e, por meio de instalações interativas, vídeos, esculturas e filmes, revela a influência das línguas.
No vídeo, Alcântaro afirma que trata-se de “doutrinação religiosa”, visto que em alguns espaços são citadas entidades de religiões de matriz africana.
“Eles usam o pretexto de ‘linguagens’, mas eles não querem focar em linguagem. É mais um ato de doutrinação dentro do Palácio Anchieta”, afirma Alcântaro. No vídeo, também foi registrada uma discussão entre os parlamentares e pessoas envolvidas com a exposição.
O governo do Espírito Santo disse, em nota, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), “que o Palácio Anchieta, assim como todos os espaços culturais públicos do Estado, são ambientes plurais de diálogo, reflexão e aprendizado.”
Ao ser procurado pela reportagem, o deputado disse que a ameaça recebida nas redes sociais não foi apenas contra ele, “mas contra o trabalho legítimo de um parlamentar, na defesa de uma pauta prioritária para as famílias cristãs capixabas”.
Alcântaro também disse que, além do boletim de ocorrência, oficiou o secretário de Segurança Pública e a Assembleia Legislativa do Estado para ter uma “rápida resposta institucional à grave ameaça sofrida.”
“Assim que tivermos uma resposta das instituições, com a localização e identificação do criminoso, tomarei todas as demais medidas cabíveis”, finalizou.