Política

Desembargador suspende pela quarta vez interrogatório de Lula na Operação Zelotes

Desembargador suspende pela quarta vez interrogatório de Lula na Operação Zelotes Desembargador suspende pela quarta vez interrogatório de Lula na Operação Zelotes Desembargador suspende pela quarta vez interrogatório de Lula na Operação Zelotes Desembargador suspende pela quarta vez interrogatório de Lula na Operação Zelotes

O desembargador Néviton Guedes suspendeu pela quarta vez o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Zelotes. O magistrado acolheu reclamação da defesa do petista. Em outras três oportunidades, o desembargador decidiu liminarmente suspender os depoimentos dos réus por entender que eles só deveriam ocorrer após ouvidas todas as testemunhas.

Inicialmente, o juiz federal da 10ª Vara, Vallisney Oliveira, havia marcado o depoimento para dia 30 de outubro. No âmbito de habeas corpus movido pela defesa, o desembargador suspendeu a audiência em decisão do dia 24 daquele mês. No despacho, ele entendeu que todas as testemunhas deveriam ser ouvidas antes dos réus.

Vallisney voltou a remarcar o interrogatório para dia 20 de fevereiro. Mais uma vez, o desembargador suspendeu a audiência.

No dia 20 de fevereiro de 2018, a Quarta Turma deste Tribunal concedeu parcialmente a ordem para confirmar a decisão de Guedes para determinar o interrogatório dos réus depois de esgotado o prazo inicial, fixado pela Turma em 4 (quatro meses), prorrogáveis.

Em decisão, os desembargadores entenderam que não apenas as testemunhas deveriam ser ouvidas como também deveria se aguardar a chegada de rogatórias pessoas que moram em outros países e seriam ouvidas no processo.

Em sua decisão, Guedes afirma que Vallisney não fundamentou a decisão em que marcou o depoimento antes da chegada das rogatórias.

Em nova decisão, proferida no dia 13 de março, Vallisney voltou a marcar o interrogatório, desta vez, para esta quinta-feira, 21.

No dia 7, a data para interrogar Lula foi mantida para dia 21 e a do filho, Luís Cláudio, também réu na ação, ficou para dia 29.

O desembargador, no entanto, ressalta que o “Tribunal em sua decisão quis deixar claro que o prazo de quatro meses, com prorrogação adequada ao cumprimento da rogatória seria a regra, sendo que o juiz poderia, por exceção, evidentemente, não prorrogar, mas desde que, fundamentadamente apresentasse os riscos processuais diante da possibilidade de prorrogação”.

Lula e seu filho Luís Cláudio são acusados de negociar e receber R$ 2,5 milhões do casal de lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni, também denunciados, a pretexto de influenciar a prorrogação, pelo governo, de incentivos fiscais a montadoras de veículos e a compra dos caças Gripen, da sueca Saab, por US$ 5,4 bilhões. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em série de reportagens publicada em 2015.