Política

Desembargadora suspende inquérito contra delegado federal bolsonarista

Ele é suspeito de repassar informações sobre a Operação Migrador, conduzida por ele na Delegacia de Polícia Federal de Marabá

Desembargadora suspende inquérito contra delegado federal bolsonarista Desembargadora suspende inquérito contra delegado federal bolsonarista Desembargadora suspende inquérito contra delegado federal bolsonarista Desembargadora suspende inquérito contra delegado federal bolsonarista
Foto: Divulgação

A desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, em Brasília, suspendeu o inquérito aberto para apurar se o delegado federal Everaldo Jorge Martins Eguchi vazou informações sigilosas de investigações a empresários em troca de financiamento para sua campanha eleitoral. Ele foi candidato a deputado federal em 2018.

Bolsonarista, o delegado foi o principal alvo da Operação Mapinguari, em junho. Na ocasião, policiais federais fizeram buscas e encontraram uma mala com dinheiro vivo, em reais, dólares e euros, que pertenceria a ele.

Ao atender ao pedido apresentado pela defesa, na terça-feira, 9, a desembargadora disse que ‘questões políticas e pessoais’ foram ‘determinantes’ para a abertura da investigação contra o delegado.

“Não há fato novo a justificar a investigação do paciente no bojo da Operação Migrador, uma vez que os fatos imputados como criminosos ocorreram em 2018, e as ações contra o requerente remetem ao ano de 2020, ou seja, mais de dois anos depois dos supostos fatos”, diz um trecho da liminar que, além de suspender a investigação, autoriza a volta de Eguchi ao cargo. A decisão vale até a análise do mérito.

A investigação contra o delegado foi aberta em 2018. Ele é suspeito de repassar informações sobre a Operação Migrador, conduzida por ele na Delegacia de Polícia Federal de Marabá, que investigou a exploração ilegal de minério de manganês. A PF acredita que parte dos investigados foi previamente informada sobre a operação, o que impediu o cumprimento de mandados de prisão preventiva.

O Ministério Público Federal chegou a comunicar à Justiça que o delegado ‘tem se valido de sua função na Polícia Federal para alcançar fins ilícitos e ilegítimos, havendo ele se apropriado, de maneira pouco republicana, do aparelho estatal para privilegiar interesses próprios’.

Além da campanha a deputado federal, Eguchi também disputou a prefeitura de Belém no ano passado pelo Patriota e ficou em segundo lugar na eleição municipal. Ele se diz alvo de uma perseguição política por ser ‘conservador e bolsonarista’.

“Como relata a o habeas corpus criminal, não houve comprovação de acusação, diversos indícios de acusações sem fundamento e com questões de oposição política”, escreveu em uma rede social. “A decisão judicial resguarda a minha história junto à Polícia Federal, que sempre foi de lutar e defender o Brasil e nossa Constituição.”.