Política

Dilma garantiu que não discutiu indicação ao STJ com Delcídio, diz Cardozo

Ex-ministro da Justiça aproveitou para falar que desconhece um suposto encontro com Navarro na antessala do Palácio do Planalto, como também diz a reportagem

Dilma garantiu que não discutiu indicação ao STJ com Delcídio, diz Cardozo Dilma garantiu que não discutiu indicação ao STJ com Delcídio, diz Cardozo Dilma garantiu que não discutiu indicação ao STJ com Delcídio, diz Cardozo Dilma garantiu que não discutiu indicação ao STJ com Delcídio, diz Cardozo
Dilma garantiu que nunca se reuniu com Delcídio para discutir indicação do STJ”, garante Cardozo Foto: Agência Brasil

Brasília – O ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que a presidente Dilma Rousseff nunca se reuniu com o senador Delcídio Amaral para tratar da indicação do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Marcelo Navarro. “Dilma garantiu que nunca se reuniu com Delcídio para discutir indicação do STJ e que, se fosse discutir, me chamaria, Luís Inácio Adams ou a Casa Civil. Sempre estive presente nas reuniões da presidente para tratar da Justiça”, disse Cardozo sobre conversa que teve com a presidente na manhã desta quinta-feira, 03. De acordo com o ministro, ele e a presidente receberam com indignação a reportagem da revista IstoÉ sobre a delação de Delcídio.

Cardozo aproveitou para falar que desconhece um suposto encontro com Navarro na antessala do Palácio do Planalto, como também diz a reportagem. “Eu nem sei que sala é essa”, disse.

O ministro, que foi questionado se deveria responder às acusações já que nega o seu envolvimento e o da presidente, afirmou que era preciso responder, mas que, pela própria revista que revelou o teor da delação, ela ainda não existe porque não foi homologada. “Delcídio não tem credibilidade se fez delação e escondeu para manter o mandato”, destacou.

O novo advogado-geral da União criticou veementemente o senador, a quem chegou a chamar de amigo em outras épocas. “Parece que ele (Delcídio) quer dividir o ônus do que fez”, disse.

Por diversas vezes, Cardozo disse que Delcídio não tem credibilidade. “Se alguém quer dar credibilidade a isso, que dê”, afirmou. Para ele, as partes da delação que envolvem a presidente Dilma, Pasadena e ele “não sobrevivem”, e Dilma concordou que ele desmentisse o que aconteceu por meio de uma coletiva de imprensa.

Sobre vazamentos de informações, o ministro afirmou que todo tipo de vazamento é crime, seja o vazamento seletivo ou não. O ministro também afirmou que sabia das críticas que recebia de Delcídio por ele não interferir na operação Lava Jato.

Lula

Cardozo afirmou ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para ele diversas vezes quando ele estava à frente da pasta, mas nunca o pressionou para deixar o cargo ou fez crítica direta pela atuação.

Apesar de, nos bastidores, circular a informação de que Lula tem mágoas de Cardozo por divergências internas no PT, o novo chefe da AGU afirmou que sempre teve uma relação “muito cortês e muito afável”. “Tenho o ex-presidente Lula como um grande líder”, afirmou.

O ex-ministro voltou a afirmar que deixou o cargo em razão de uma fadiga de material e por ter recebido críticas e pressões tanto de setores oposicionistas como governistas. “Eu era quase uma unanimidade nacional”, brincou. De acordo com ele, toda essa situação tornou necessária a renovação do comando do Ministério da Justiça.