Política

'É difícil ser republicano neste país', diz Cardozo

O ministro assegurou que a autonomia das investigações da Lava Jato "será respeitada" por seu sucessor, Wellington Cesar Lima e Silva, e minimizou as críticas à sua indicação

‘É difícil ser republicano neste país’, diz Cardozo ‘É difícil ser republicano neste país’, diz Cardozo ‘É difícil ser republicano neste país’, diz Cardozo ‘É difícil ser republicano neste país’, diz Cardozo
José Eduardo Cardozo, ministro da justiça, disse que sofreu críticas e pressões de todos os lados. Foto: Agência Brasil

Brasília – De saída do Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo admitiu na terça-feira (01) que sofreu críticas e pressões de todos os lados, e não apenas do PT, seu partido. “É difícil ser republicano neste país”, afirmou ele à reportagem.

Cardozo tomará posse nessa quinta-feira (03) na Advocacia-Geral da União (AGU), atendendo a pedido da presidente Dilma Rousseff. Ele decidiu entregar o cargo na Justiça, que ocupou durante cinco anos, após forte pressão do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alvo da Operação Lava Jato, Lula sempre o responsabilizou por não controlar a Polícia Federal.

“As críticas foram de setores da base aliada do governo e da oposição. Não posso imputar isso a A, B ou C. É da vida”, disse. “Recentemente, por exemplo, a oposição me criticou por causa da abertura de um inquérito”, comentou ele, numa referência à investigação aberta pela Polícia Federal para apurar se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso enviou dinheiro no exterior à jornalista Miriam Dutra, com quem teve um relacionamento afetivo, por meio da empresa Brasif. FHC nega as acusações.

Ele assegurou que a autonomia das investigações da Lava Jato “será respeitada” por seu sucessor, Wellington Cesar Lima e Silva, e minimizou as críticas à sua indicação.

Integrantes da Advocacia Pública Federal divulgaram nesta segunda-feira (29) uma nota de repúdio à nomeação de Cardozo, que substituirá Luís Inácio Adams. Para eles, a escolha de um nome fora da carreira é um “retrocesso inaceitável” por ignorar a lista tríplice apresentada à Presidência da República com os mais votados pela AGU.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.