Política

'É hora de reagir, antes que seja tarde' diz Jungmann

‘É hora de reagir, antes que seja tarde’ diz Jungmann ‘É hora de reagir, antes que seja tarde’ diz Jungmann ‘É hora de reagir, antes que seja tarde’ diz Jungmann ‘É hora de reagir, antes que seja tarde’ diz Jungmann

O ex-ministro da Defesa Raul Jungmann afirmou nesta quinta-feira, 3, que o Exército capitulou diante da pressão do presidente Jair Bolsonaro ao não punir um ato de indisciplina do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, general da ativa.

Para Jungmann, a decisão do comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, desonra os últimos comandantes das Forças Armadas e o ex-ministro da Defesa, general Fernando Azevedo. Em atitude inédita, Bolsonaro demitiu em março os comandantes das três forças e o então ministro da Defesa, em uma troca atribuída a cobranças por apoio ao governo – ofensiva a que a antiga cúpula militar teria resistido.

“A capitulação de hoje não honra os ex-comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e do ex-ministro da Defesa, que não se dobraram ao presidente e caíram por respeito à Constituição e à democracia, com quem as Forças Aramadas permanecem”, disse Jungmann, último ministro civil a chefiar a Defesa, ainda no governo Michel Temer. “Mas é hora de reagir e de unidade. Antes que seja tarde.”

Em comunicado oficial, o Exército informou nesta quinta-feira que o comandante acolheu as alegações de Pazuello e entendeu que ele não cometeu transgressão disciplinar ao subir em carro de som e discursar a militantes bolsonaristas, ao lado do presidente no Rio, em 23 de maio. Pazuello alegou, com respaldo de Bolsonaro, que a manifestação não teve viés político-partidário. O comandante arquivou o caso, embora a maior parte do generalato verde-oliva tenha sugerido que Pazuello fosse punido para preservar a disciplina, ao menos com uma advertência.

Generais da ativa consultados pela reportagem afirmaram que o Alto Comando tem ciência de que a decisão não foi bem recebida e que gerou desgaste à instituição e desconforto a eles mesmos. Ponderaram, no entanto, que qualquer decisão geraria problemas e que uma eventual a punição a Pazuello representaria por tabela uma reprimenda ao presidente, por causa da presença de Bolsonaro no mesmo palanque.