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Economia em baixa intensifica lobby de prefeitos por verbas

Economia em baixa intensifica lobby de prefeitos por verbas Economia em baixa intensifica lobby de prefeitos por verbas Economia em baixa intensifica lobby de prefeitos por verbas Economia em baixa intensifica lobby de prefeitos por verbas

Brasília – Os maus indicadores econômicos e consequente diminuição da receita dos municípios começam a ser o principal componente da pressão que prefeitos vêm fazendo sobre deputados e senadores para se reformular o modelo de distribuição de recursos da União para as cidades do País. Empenhados em não deixar secar a fonte de recursos de suas bases eleitorais, com as eleições de 2016 no horizonte, parlamentares têm atendido a esta pressão.

“Os prefeitos estão desesperados. Eles têm que mostrar trabalho. Pela crise econômica, chegarão ao ano eleitoral sem conseguir cumprir as promessas e serão cobrados por isso”, disse o relator da comissão criada na Câmara para rediscutir o pacto federativo, o deputado André Moura (PSC-SE). Ele reclama da distribuição desigual da receita advinda de tributos e do custo dos 390 programas federais que ficam, diz ele, sob responsabilidade dos municípios.

A queixa é antiga. A questão do indexador das dívidas dos Estados e municípios com a União, que marcou uma derrota do governo na Casa – foi dado um prazo para que a presidente Dilma Rousseff reveja o índice atual – não é o único problema de caixa enfrentado por governadores e prefeitos. As políticas de estímulo à economia adotadas no primeiro governo de Dilma também contribuíram para emagrecer os repasses da União aos outros entes federativos.

Segundo o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) indica que medidas como o corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis, eletrodomésticos, móveis e material de construção reduziram em

R$ 190 bilhões os valores que o governo federal transferiu por meio dos Fundos de Participação dos Estados e Municípios, entre 2008 e 2012. Hauly estima que, até 2014, a perda tenha sido de algo como R$ 270 bilhões.

Despesas

Além da menor arrecadação, prefeitos e governadores enfrentam o crescimento das despesas. Estudo da Confederação Nacional dos Municípios em 2013 mostra que os repasses de recursos da União e dos Estados, somados, bancam apenas 36,3% de programas como Saúde da Família, vigilância epidemiológica e farmácia básica, entre outros. A diferença é paga pelas prefeituras.

Da mesma forma, foi constatado que 64% dos municípios não conseguem cumprir a lei federal que fixa um piso para os professores. E que a União repassa R$ 0,60 por aluno para o transporte escolar, cujo custo é de R$ 5,17. O estudo da CMN calcula quanto a União deveria estar pagando às prefeituras num conjunto de programas federais. A União repassou R$ 200 mil a cada prefeitura grande para aquisição de equipamentos do Samu em outubro de 2003. E o repasse era o mesmo nove anos depois, em 2012. Com correção pela inflação, o pagamento teria de ser de R$ 419 mil, o que indica uma defasagem de 110%. “Os prefeitos estão pedindo para a União parar de levar prejuízo (aos municípios)”, diz o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.