Magno Malta e Marcos do Val
Magno Malta e Marcos do Val

Senadores capixabas querem presidente de El Salvador e líderes de facções na CPI

Os senadores capixabas Magno Malta (PL) e Marcos do Val (Podemos), que integram a CPI do Crime Organizado no Senado, apresentaram requerimentos convidando autoridades e convocando até chefes de facções criminosas para serem ouvidos na comissão.

Magno Malta apresentou uma solicitação de diligência oficial a El Salvador, país que conseguiu baixar a taxa de homicídios de 106 (2015) para 1,9 (2024) a cada 100 mil habitantes, prender chefes de facções criminosas e retomar o controle estatal em áreas antes dominadas por criminosos.

Segundo a assessoria do senador, a missão tem caráter técnico e institucional e busca conhecer de perto as medidas adotadas pelo governo salvadorenho com o “Plano de Controle Territorial”.

A ideia é que, durante a visita, os membros da CPI participem de reuniões com autoridades locais, visitem o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT) – megaprisão símbolo da política de “tolerância zero” contra o crime – e dialoguem com parlamentares e especialistas em segurança pública.

“El Salvador viveu uma transformação radical. O que era um país dominado pelo medo tornou-se um caso mundial de sucesso em segurança pública. Precisamos entender de perto como isso foi possível”, afirmou Malta.

O senador também apresentou um requerimento convidando o presidente Nayib Bukele a participar de uma sessão da CPI, presencialmente ou por videoconferência, para compartilhar experiências, resultados e estratégias aplicadas no país.

Os métodos utilizados pelo presidente de El Salvador, porém, são questionados por organismos internacionais. Em 2022, o presidente decretou estado de exceção, colocou o Exército nas ruas, construiu uma megaprisão a toque de caixa e adotou uma política de encarceramento em massa. Contra o presidente há denúncias de arbitrariedades e violações de direitos humanos.

Líderes de facções

Já Marcos do Val apresentou requerimentos convidando autoridades da segurança pública, principalmente do eixo Rio-São Paulo, e também o juiz capixaba Carlos Eduardo Ribeiro Lemos, autor do livro “Terrorismo à Brasileira: A guerra é real. A cegueira é legal”, para serem ouvidos na CPI.

O senador também apresentou requerimentos de convocação a lideranças do PCC, que estão presas ou foragidas, como Marcolinha, Julinho Carambola e Beto Louco, entre outras. “Os presos serão ouvidos por videoconferência, conforme determina a lei”, disse Marcos do Val, em nota.

Todos os requerimentos apresentados passarão pelo crivo do colegiado, que poderá aprová-los ou não.

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Sessão na Ales sobre terrorismo e crime organizado

Lucas Polese

O deputado estadual Lucas Polese (PL) é o proponente de uma sessão especial na Assembleia, nesta quinta-feira (06), às 18h, com o tema “Terrorismo e crime organizado: Pontos de contato, desafios e estratégias de enfrentamento no Brasil”.

Entre os convidados estão o juiz capixaba Carlos Eduardo Ribeiro Lemos, autor do livro “Terrorismo à Brasileira: A guerra é real. A cegueira é legal”, e o promotor de Justiça Leonardo Augusto.

“Será um debate com os especialistas aqui do Espírito Santo sobre esse tema. Vai ser um dia muito especial para debater com profundidade”, disse o deputado. A sessão é gratuita e será aberta a perguntas.

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Sob nova direção

Edinho Maioli

O servidor público Edinho Maioli é o novo presidente estadual do Mobiliza – antigo Partido da Mobilização Nacional (PMN).

Ele assumiu o comando da sigla – que estava sem diretório desde o final de 2024 – no último dia 29, com a missão de ampliar a presença política da legenda no Estado.

Edinho afirmou que o Mobiliza pretende eleger de dois a três deputados estaduais e montar uma chapa competitiva para a Câmara Federal nas eleições de 2026.

“Minha missão é entregar de dois a três deputados estaduais, além de montar a chapa de federal em 2026. Já temos algumas conversas avançadas e, em breve, iniciaremos as filiações. Estou bastante motivado”, disse Edinho.

Hoje, o Mobiliza está bem próximo do presidente da Ales e presidente estadual do União Brasil, Marcelo Santos, e há a possibilidade das duas legendas caminharem no mesmo projeto.

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Sob nova direção II

Tenório Merlo

Quem também está com nova Executiva estadual é o Partido da Mulher Brasileira. O comerciante Tenório Merlo, que por 18 anos esteve à frente do PTdoB/Avante, assumiu o comando da legenda.

“Vamos fortalecer o partido em todo o Estado, buscando filiar lideranças que se comprometam com a formação das chapas para as eleições de 2026. Participaremos ativamente das eleições”, disse Tenório. A legenda estava sem presidente.

O novo dirigente informou que pretende montar chapas completas, para a disputa estadual e federal, e que o partido pode ter ainda um candidato ao Senado.

Segundo Tenório, uma das primeiras medidas à frente da legenda será nomear o comando dos diretórios municipais e depois marcar a convenção. O partido também está em processo de mudança de nome. “Será Democrata 35”.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.