Política

Eleitores de SP farão caminho inverso no ano que vem

Eleitores de SP farão caminho inverso no ano que vem Eleitores de SP farão caminho inverso no ano que vem Eleitores de SP farão caminho inverso no ano que vem Eleitores de SP farão caminho inverso no ano que vem

São Paulo – Em todas eleições desde o ano 2000, Paulo Ribeiro, de 49 anos, fez campanha para candidatos do PT no Jardim Canaã, região noroeste de São Paulo. Dono de uma imobiliária e presidente da Associação Leão Estrela, que dá assistência a adolescentes, ele diz que foi um dos responsáveis para que o prefeito Fernando Haddad alcançasse mais de 70% dos votos na região em 2012. No ano que vem, porém, Ribeiro vai estar ao lado de Marta Suplicy (PMDB). “Haddad passou aqui na eleição e não voltou nunca mais, nem para agradecer os votos”, criticou o líder comunitário.

Segundo ele, os mesmos canais que buscaram votos na eleição de Haddad hoje ignoram reiterados pleitos por ações nas áreas de saúde e lazer. “O PT não reconheceu a militância, loteou os cargos em troca de ajuda de pessoas que nem sequer compartilham a ideologia do partido”, disse Ribeiro.

Já o psiquiatra Marcelo Niel de 42 anos, morador da região central da cidade, fez o caminho oposto: nunca teve identificação com o PT, mas decidiu que votará em Haddad na eleição do ano que vem. “Nunca tive identificação política com o PT. Votei nulo muitas vezes, mas agora votarei no Haddad”, afirmou.

Niel conta que começou a se simpatizar com o prefeito quando as faixas de ônibus e ciclovias começaram a ser implantadas na cidade. “Quem foi criado em um ambiente de classe média e classe média alta foi levado a pensar mais no coletivo: o transporte público”, declarou. Para o psiquiatra, Fernando Haddad é um prefeito que está acima do PT, e isso o favorece seu nome.

Pesquisa

Na mais recente pesquisa Datafolha sobre a eleição de 2016, 49% dos entrevistados consideraram a gestão de Haddad como ruim ou péssima. Em regiões da periferia, como a zona norte, o índice chega a 51%, enquanto na região central a reprovação ao prefeito cai para 44%. A melhor avaliação, os que consideram o desempenho do prefeito ótimo ou bom, é de 23% entre os que ganham mais de dez salários mínimos.

Entre os mais pobres, com renda de até dois salários, o número cai quase que pela metade: 12%. No levantamento eleitoral da mesma pesquisa, Haddad aparece em quarto lugar, com 12%. O melhor desempenho dele nesse quesito é entre os eleitores com nível superior (19%). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.