Política

Em sabatina, Aécio Neves diz que “medidas impopulares” são necessárias

Sobre a criação do passe livre para estudantes, Aécio diz que demanda não está na lista de prioridades. O tucano foi o segundo candidato à Presidência a participar da sabatina

Em sabatina, Aécio Neves diz que “medidas impopulares” são necessárias Em sabatina, Aécio Neves diz que “medidas impopulares” são necessárias Em sabatina, Aécio Neves diz que “medidas impopulares” são necessárias Em sabatina, Aécio Neves diz que “medidas impopulares” são necessárias
Aécio é o segundo a participar de uma série de sabatinas com candidatos à Presidência da República Foto: Everton Nunes

O candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), foi o segundo a participar da sabatina promovida pela rádio Jovem Pan, e transmitida pela Rádio Vitória (640 AM), nesta quarta-feira (16).

Logo na abertura do programa, o candidato tucano foi questionado a respeito das “medidas impopulares” que pretende adotar, caso seja eleito. A afirmação, feita pelo candidato, durante um jantar com empresários, levou a oposição a afirmar que o candidato estaria disposto a acabar com programas sociais como Bolsa Família.

Nesta quarta-feira (16), o presidenciável voltou a que algumas medidas são “necessárias”, e que não vai governar “com os olhos nas curvas de popularidade”. Dentre as mudanças defendidas por Aécio estão o reajuste do salário mínimo estipulado em 1% ao ano, e alterações na pensão por morte.

Em seguida, garantiu que pretende manter o programa Bolsa Família. “Os programas sociais que dão certo serão mantidos e aprimorados por nós. O Bolsa Família vai continuar, o que eu quero é tirar esse programa da agenda eleitoral, eu quero é transformar em programa de Estado, para não ser usado em agenda eleitoral com uso para terrorismo eleitoral. Eu acho que programa pode ser melhorado, e em alguns casos, como um pai de família voltar a estudar, poderia receber um dinheiro a mais, um plus. Esses programas vão avançar no nosso governo”, explicou.

Alvo de grandes manifestações em meados do ano passado, a aprovação do passe livre para estudantes também esteve entre os questionamentos feitos ao candidato. Na sabatina, realizada na última terça-feira (15), o candidato Eduardo Campos defendeu a demanda. Já Aécio disse que o assunto não está na lista de prioridades.

“Essa responsabilidade é municipal. Se o governo federal quiser subsidiar isso tem que mostrar de onde vai retirar. Não acho justo para aluno particular, que pago R$ 2.000 de escola tenha direito. Para aluno de escola pública acho justo. Mas, precisa verificar como fazer isso. Generalizar isso, que é pago pelo conjunto da sociedade, para quem não precisa, não está na lista de nossa prioridade”.

Questionado sobre a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em sua campanha, e se pretende mostrar essa participação, Aécio desconversou. “O que FHC fez foi o que possibilitou o governo Lula e todas as suas realizações. Nada tem me dado mais alegria do que a companhia do ex-presidente, ele é um estadista, ele contribui muito. FHC contribui muito, 7h da manhã ele já tá me mandando email, sugerindo leitura… Um escritor espanhol chamado Balthazar afirmou que “se você não poder ter todo o conhecimento, cerque-se de quem o tenha”. Vamos olhar pra frente, eu quero discutir o presente para construir o futuro. É por isso que eu to aqui hoje, amanhã estarei no senado.. Não tenho dúvidas de falar pra vocês, quem tem a maior condição de fazer o país crescer, acabar com a inflação, melhorar programas sociais, segurança pública, saúde”.

Sobre a possível compra de votos, em acerto informal com Itamar Franco para que ele não lançasse candidato, favorecendo a reeleição do então presidente Fernando Henrique,  em 1999, Aécio disse que “não houve provas”. Segundo Aécio, não seria possível comparar a situação com o mensalão. Fugindo do assunto completou: “Vamos falar de futuro, só para concluir, o PT teve 12 anos de governo e não quis investigar esse caso da compra de votos da reeleição”.

Aécio é o segundo a participar de uma série de sabatinas com candidatos à Presidência da República. O primeiro a ser entrevistado foi o candidato do PSB, Eduardo Campos.

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), foi convidada para participar do evento na quinta-feira (17), mas o partido ainda não confirmou a presença dela.