Política

Em votação simbólica, Câmara aprova projeto que regulamenta distribuição de fundo

Em votação simbólica, Câmara aprova projeto que regulamenta distribuição de fundo Em votação simbólica, Câmara aprova projeto que regulamenta distribuição de fundo Em votação simbólica, Câmara aprova projeto que regulamenta distribuição de fundo Em votação simbólica, Câmara aprova projeto que regulamenta distribuição de fundo

Brasília – O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira, 4, em votação simbólica, o projeto do deputado Vicente Cândido (PT-SP) que estabelece regras para a distribuição do fundo público para financiamento de campanha. De última hora, o relator incluiu no texto uma emenda para proibir a possibilidade de candidatura avulsa. O tema está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os deputados ainda precisam analisar os chamados destaques ao texto, sugestões que podem modificar o projeto. Para que as novas regras valham para as eleições de 2018, o projeto terá de ser votado também pelo Senado até sexta-feira, 6.

Os deputados planejam votar ainda nesta quarta-feira o projeto já aprovado no Senado e que, de fato, cria o fundo público eleitoral.

A proposta aprovada pelo plenário da Câmara estabelece limites de gastos para as campanhas. Um candidato a presidente da República, por exemplo, poderá gastar no máximo R$ 70 milhões. Em 2014, a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff custou $ 350 milhões e do senador Aécio Neves, que também concorreu à Presidência, R$ 216,8 milhões.

Pelo projeto, uma campanha de governador vai poder custar, no máximo, R$ 21 milhões; a de senador, R$ 5,6 milhões; a de deputado federal, R$ 2,5 milhões; e a de deputado estadual, R$ 1 milhão.

O projeto também estabelece um teto de doações de pessoas físicas, que não poderão ultrapassar 10% do rendimento bruto do doador, limitado a dez salários mínimos para cada cargo em disputa. Na prática, em 2018, uma pessoa vai poder doar, no máximo, cerca de R$ 50 mil.

O projeto traz ainda regras para o chamado “autofinanciamento”. Quem concorrer a cargo majoritário poderá utilizar recursos próprios em sua campanha até o limite R$ 200 mil; já o candidato ao cargo de deputado (federal ou estadual) poderá doar até 7% do limite de gastos determinado para cada campanha.

O relator também manteve regras que beneficiam os partidos, como a permissão para parcelar em até 60 vezes o pagamento das multas e ter um desconto de até 90% se o pagamento for feito a vista.

O texto também libera o chamado financiamento coletivo pela internet, desde que os sites sigam algumas regras, como se cadastrar na Justiça Eleitoral, e permite o chamado impulsionamento de conteúdo, quando uma pessoa paga para que a sua propaganda apareça para outras nas redes sociais. O projeto também liberou o telemarketing durante a campanha.

A proposta também antecipa de agosto para maio o período em que é permitido arrecadar recursos para as campanhas e permite que os candidatos usem carros para os deslocamentos durante a campanha sem declarar na prestação de contas, desde que o automóvel seja de propriedade do candidato, do cônjuge ou de seus parentes até o terceiro grau.

O texto também reduziu a exigência de número de deputados na Câmara para que um candidato participe de debates promovidos por emissoras de rádio e TV. Pelo entendimento atual, são necessários nove. O texto fala em cinco.

Pesquisa

Na segunda-feira, após muita polêmica, o relator decidiu retirar do texto alguns pontos, como a proibição de divulgar pesquisas eleitorais na semana da eleição.