Política

Erick vai deixar gestão Pazolini para cuidar de pré-campanha e articular federação

Atual secretário de Governo, Erick Musso vai deixar a pasta até o final de junho. Ele é presidente do Republicanos e vai atuar na pré-campanha do prefeito ao Palácio Anchieta

Erick vai deixar gestão Pazolini para cuidar de pré-campanha e articular federação Erick vai deixar gestão Pazolini para cuidar de pré-campanha e articular federação Erick vai deixar gestão Pazolini para cuidar de pré-campanha e articular federação Erick vai deixar gestão Pazolini para cuidar de pré-campanha e articular federação
Erick Musso na sede do Republicanos (foto: acervo pessoal)
Erick Musso na sede do Republicanos (foto: acervo pessoal)

O secretário de Governo da Prefeitura de Vitória, Erick Musso (Republicanos), vai deixar a pasta que comanda até o final de junho. Erick, que também é presidente do Republicanos, sairá da gestão para se dedicar ao partido, à sua pré-candidatura de deputado federal e, principalmente, à pré-campanha do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) ao governo do Estado.

Desde que entrou na administração da Capital, em meados de janeiro, Erick vem atuando de forma bastante intensa na articulação política e na missão de tornar Pazolini conhecido fora da Grande Vitória.

É ele quem está à frente da montagem dos roteiros nas incursões do prefeito pelo interior do Estado. Também organiza as agendas políticas e partidárias de Pazolini com lideranças de diversos segmentos visando angariar apoios para as eleições do ano que vem.

A ideia é que fora da secretaria, Erick fique “mais livre” para continuar com esse trabalho, rodando o Estado e fazendo interlocução com lideranças políticas, comunitárias e empresariais.

Ele também vai precisar dedicar tempo à montagem das chapas de estadual e de federal do partido e cuidar da sua própria candidatura a deputado federal. Mas, a coluna apurou que há ainda um outro motivo para a saída de Erick do cargo.

Federação no radar

Mandatários, lideranças, militantes e filiados do Republicanos que conversam com a coluna De Olho no Poder estão bastante otimistas com a eventual federação a ser formada pelo partido e pelo MDB.

Embora duas únicas reuniões tenham sido feitas até agora entre os dirigentes nacionais e nada de concreto tenha sido firmado, no Republicanos, o sentimento é que a união entre as duas legendas é apenas questão de tempo. E não só isso.

Lideranças do partido consultadas pela coluna têm absoluta certeza que, se a federação vingar, o comando no Estado ficará com o Republicanos – hoje, com Erick Musso. “O comando será nosso”, disse um líder do partido.

Embora as duas legendas não tenham acertado detalhes sobre a federação – ao menos publicamente – muitos republicanos acreditam que o critério a ser adotado para a definição do comando nos estados será o quantitativo, ou seja, o tamanho da bancada federal que cada legenda tem.

Esse é o critério a ser usado pela federação União Progressista, que está em vias de ser criada e unirá o PP e o União Brasil. Como o PP tem dois deputados federais no Estado e o União não tem nenhum, caberá ao PP – leia-se, deputado Da Vitória – o comando da federação.

Se esse mesmo critério for adotado nas negociações entre o MDB e o Republicanos, este sai com vantagem, já que no Espírito Santo o partido conta com dois deputados federais contra nenhum do MDB.

E é com essa convicção, de que a federação irá cair no seu colo, que Erick também deixa a Prefeitura.

Nos últimos dias, o secretário esteve em São Paulo. Participou do evento de filiação de Paulo Hartung ao PSD – na última segunda-feira (26) – e também teria se encontrado com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira.

A coluna apurou que o próprio Pereira teria reforçado com Erick sobre a necessidade de deixar a gestão para priorizar o partido. Mas, teria entrado na conversa também a articulação da federação.

Mas, há um porém

A coluna apurou com lideranças do MDB sobre a mesma questão e, por lá, o pensamento é contrário. Os emedebistas ouvidos pela coluna destacaram dois pontos: o primeiro é que nada de concreto teria sido definido pelas lideranças nacionais dos dois partidos a respeito do critério a ser adotado nos estados, caso a federação vingue.

Como já dito, foram apenas duas reuniões até o momento e as conversas ainda são incipientes. Além do mais, mesmo com critério estabelecido, há exceções para resolver situações conflitantes. Na definição da federação União Progressista, por exemplo, embora o critério da bancada federal tenha sido adotado, ficou para a cúpula nacional definir o comando de alguns estados.

O segundo ponto é que, se o Republicanos tem dois deputados federais no Espírito Santo, o MDB tem o vice-governador, Ricardo Ferraço, com a possibilidade de ter o governador – caso Casagrande renuncie para disputar o Senado e Ricardo assuma o governo.

E isso também pode pesar e equilibrar a balança.

Como no Estado, Republicanos e MDB estão em lados opostos, cada um com seu pré-candidato a governador, a previsão é que, se a federação avançar e Ricardo e Pazolini forem mesmo concorrer, um dos dois precisará deixar o partido, já que um só poderá ser candidato pelo grupo.

E, nesse caso, a federação negaria legenda para o governador do Estado, tendo em vista que Ricardo deve assumir no lugar de Casagrande?

Sem contar que Ricardo tem relação próxima com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. Foi numa costura com ele e com Casagrande, que Ricardo assumiu a presidência do MDB no Estado, em 2023. Essa proximidade pode fazer diferença também numa tomada de decisão.

São muitas questões para poucas respostas ainda, mas uma coisa é certa: se a federação sair, seja qual for a definição no Estado, vai cair como uma bomba e bagunçar por completo o cenário político hoje desenhado.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.