Política

Especialistas defendem penas mais duras para sonegadores

Especialistas defendem penas mais duras para sonegadores Especialistas defendem penas mais duras para sonegadores Especialistas defendem penas mais duras para sonegadores Especialistas defendem penas mais duras para sonegadores

São Paulo – A punição mais branda a crimes de sonegação fiscal na comparação com outros delitos foi motivo de protesto durante Congresso de Combate e Prevenção à Lavagem de Dinheiro na manhã desta quarta-feira, 27, em São Paulo. Palestrantes como o desembargador Fausto De Sanctis e o coordenador-geral de Pesquisa e Investigação da Receita, Gerson D’Agord Schaan, cobraram penas mais duras aos sonegadores.

“Costumamos considerar a sonegação um crime menor, mas está na hora de rever isso”, disse o coordenador de investigação da Receita Federal. Gerson Schaan comparou a sonegação ao superfaturamento de um obra estatal e disse que a diferença no desvio de recursos está apenas “no vetor”. “No superfaturamento o dinheiro sai dos cofres públicos, na sonegação ele deixa de entrar”, disse Gerson, lembrando que o dinheiro sonegado ao Estado, assim como os recursos desviados de corrupção, também faz falta na hora de “construir escolas e hospitais”.

O desembargador Fausto De Sanctis adotou a mesma linha de raciocínio e criticou jurisprudências que atenuam as penas em crimes fiscais, como a extinção de punibilidade. “Sonegação é retirada de recursos do Estado, corrupção é retirada de recursos do Estado. O princípio é o mesmo, mas o tratamento no Brasil é totalmente diverso e benevolente com a sonegação”, defendeu durante evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

De Sanctis também criticou a cultura de sonegação existente na sociedade brasileira, em que a ineficiência do Estado serve como justificativa para o não pagamento de tributos. “As pessoas não só sonegam, como dizem que sonegaram porque têm direito de sonegar a um Estado que não lhes dá nada. As pessoas acham que o tributo é algo nefasto, não um acordo de uma sociedade civilizada”, disse o desembargador, antes de completar. “O mesmo mecanismo que se tem com a corrupção tem de se ter com os crimes fiscais, mas não tem sido assim”.