Na tarde da última segunda-feira (28), o governador Renato Casagrande (PSB), o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido), se reuniram a portas fechadas no gabinete do governador, no Palácio Anchieta.
O encontro foi convocado por Casagrande e durou cerca de uma hora. Os três deixaram a reunião sem falar sobre o teor, mas saíram sorridentes, aos abraços e com semblantes que indicavam que o diálogo foi produtivo e positivo, para todos os envolvidos.
Entre outras coisas, a reunião girou em torno das eleições do ano que vem e, principalmente, da disputa majoritária.
Ricardo e Arnaldinho são pré-candidatos ao governo do Estado e disputam o apoio do Palácio Anchieta para concorrerem.
O próprio governador considera os dois nomes para o pleito, mas Ricardo, por ser o vice-governador, tem hoje a preferência no grupo governista.
Os dois já estão se articulando, em busca de aliados e visibilidade. Mas os últimos movimentos do prefeito – como o de buscar abrigo em partidos não alinhados ao governo do Estado – provocaram ruídos no Palácio Anchieta.
A conversa de segunda – que ao que tudo indica foi de primeira – teria servido para alinhar o projeto e definir que, daqui pra frente, o caminho será conjunto.
Casagrande: “Estamos juntos”
Questionado pela coluna De Olho no Poder sobre a pauta do encontro, o governador foi enfático:
Foi uma agenda de reafirmação de que estamos juntos. No projeto administrativo, parceria entre o governo e a prefeitura. E de reafirmação de que na hora certa do projeto político continuaremos juntos”, disse Casagrande.
Quanto à parceria administrativa, nunca houve dúvidas. É fato que, desde o início do governo de Arnaldinho, Casagrande tem investido pesado no município, principalmente em obras de macrodrenagem e infraestrutura.
A relação entre os dois também é de aliança. Inclusive, no próximo sábado (02), prefeito e governador estarão juntos na inauguração de um novo centro da Apae em Vila Velha.
A dúvida pairava sobre o projeto político. Nos bastidores, a avaliação era que Arnaldinho entraria na disputa pelo governo estadual com ou sem a benção do Palácio Anchieta.
O que Casagrande deixou claro agora é que os três estarão juntos, na hora certa. E que hora certa é essa? O ano que vem – ano da eleição.
Embora o processo eleitoral tenha sido bastante antecipado, Casagrande tem, nos últimos dias, puxado o freio de mão sobre o assunto e até evitado falar a respeito.
Perguntado pela coluna se Arnaldinho iria recuar nos movimentos de pré-candidato e apoiar Ricardo, Casagrande foi sucinto: “Não tratamos de candidaturas. Isso será só ano que vem”.
E concluiu com um “somos aliados” sobre a relação com o prefeito.
O projeto
O projeto do governo do Estado para o ano que vem é eleger Casagrande a uma das duas vagas ao Senado e o vice Ricardo Ferraço, para o comando do Palácio Anchieta. Praticamente todos as lideranças e partidos aliados estão empenhados nessa missão.
Mas, embora o plano prioritário esteja contando com “força total” da base para se tornar viável, ele não é imutável. O próprio Casagrande já citou outros nomes que podem substituir Ricardo na disputa pelo governo.
Ele também já cogitou abrir mão da disputa ao Senado e permanecer no cargo até o final do mandato, sem não disputar nada.
Com relação ao comando do Palácio Anchieta, Casagrande citou outros cinco nomes, além de Ricardo. Mas é o prefeito de Vila Velha quem desponta com mais chances de substituir o vice-governador na empreitada.
Em tempo: Arnaldinho e Ricardo também foram procurados pela coluna, mas não se manifestaram a respeito da reunião até o momento.